A revelação foi feita por Joesley em maio de 2017, quando o empresário prestou uma série de depoimentos a procuradores do Ministério Público Federal (MPF). Na época, ele tinha firmado acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.
Por Redação - de São Paulo
Ex-senador, o hoje deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) foi à sede da empresa JBS, nesta segunda-feira, para conversar com o empresário Joesley Batista sobre declarações dele de que deu uma mesada de R$ 200 mil a Marta Suplicy (PT). O pagamento à então senadora, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL) a prefeito neste ano, teria sido feito entre 2015 e 2016.
A revelação foi feita por Joesley em maio de 2017, quando o empresário prestou uma série de depoimentos a procuradores do Ministério Público Federal (MPF). Na época, ele tinha firmado acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.
— Ela (Marta Suplicy) me pediu se eu pudesse dar uma mensalidade lá para ela. E aí foi pago mensalmente R$ 200 mil, durante um bom período — relatou Joesley aos procuradores.
Depoimento
O empresário Márcio Toledo, atual marido de Marta, seria o responsável por retirar os recursos em espécie no escritório da JBS, segundo disse Joesley no depoimento. Suplicy decidiu tirar a história a limpo porque Marta será indicada candidata a vice na chapa de Guilherme Boulos, e ele diz acreditar que as informações devem ser esclarecidas ainda antes de a campanha começar.
Ele diz que também conversou recentemente com Marta sobre o assunto.
— Ela me disse que não eram verdadeiras as informações dadas por ele (Batista) — afirmou o parlamentar.
Confiança
Suplicy, no entanto, afirma que o episódio "deve ainda ser melhor apurado". Por isso ele procurou Joesley Batista.
— Eu acho que é importante esclarecer. Nada como descobrir a verdade, não é? Uma das coisas que mais são importantes para mim é descobrir a verdade — acrescentou.
Suplicy trocou mensagens na semana passada com Joesley Batista. Ele disse que estava voltando de uma viagem ao exterior e se dispôs a receber o parlamentar nesta segunda-feira. Ao chegar à empresa, no entanto, o petista foi recebido por outra pessoa, o advogado Francisco de Assis e Silva. Ele auxiliou Joesley na delação, em 2017, e é pessoa de absoluta confiança do empresário.
Expectativa
Suplicy disse que o advogado justificou a ausência do empresário, que não poderia conversar com o petista porque o assunto ainda corre em segredo de Justiça.
— Ele me recebeu muito bem, foi atencioso. Mas disse que essa questão toda está sob sigilo e que o Joesley não poderia portanto conversar comigo a respeito — pontou Suplicy.
Há uma expectativa da empresa, ainda segundo o petista, de que a Justiça decida que não houve qualquer irregularidade no pagamento da mesada. Marta Suplicy se refiliou ao PT na semana passada, depois de deixar o partido em 2015 afirmando que ele protagonizara o maior escândalo de corrupção da história recente do país.
Ela também apoiou o impedimento da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), no bojo do golpe de Estado levado a termo em 2016. O retorno da ex-prefeita à legenda foi costurado por Lula. O PT vai indicar o vice na chapa de Boulos, e o presidente da República acredita que Marta é o nome ideal para a missão, pela grande popularidade que mantém na periferia de São Paulo.