O objetivo da medida é evitar tentativas semelhantes de fuga, de condenados que ainda não cumprem prisão por não terem esgotado recursos. Em casos em que há envolvimento de militares, houve apoio do Exército.
Por Redação – de Brasília
Um dia após capturado Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, o ministro Alexandre de Moraes (STF) determinou prisão domiciliar para os demais condenados pela trama golpista. A ordem foi executada na manhã deste sábado pela Polícia Federal (PF) e envolve dez alvos, no Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia, Tocantins e Distrito Federal.

O objetivo da medida é evitar tentativas semelhantes de fuga, de condenados que ainda não cumprem prisão por não terem esgotado recursos. Em casos em que há envolvimento de militares, houve apoio do Exército.
Também foram impostas medidas como a proibição de uso de redes sociais e contato com outros investigados, a entrega de passaportes, a suspensão de documentos de porte de arma de fogo e a proibição de visitas.
Fuga
Em Ponta Grossa (PR), policiais estiveram na casa do ex-assessor internacional da Presidência Filipe Martins, para comunicar a decisão. Ele usa tornozeleira eletrônica e tinha autorização para sair de casa durante o dia, agora revogada.
O advogado Jeffey Chiquini, que representa Martins, afirmou que o mandado de prisão domiciliar não tem fundamentação e que seu cliente cumpria exemplarmente as medidas cautelares. Ele disse ainda que o ex-assessor de Bolsonaro agora está sendo punido pela tentativa de fuga de Silvinei.
— Enquanto o banqueiro Daniel Vorcaro, que efetivamente foi preso fugindo do Brasil, circula livremente por São Paulo, Filipe Martins, que ficou preso seis meses por uma viagem que não fez, paga pela conduta de um terceiro — afirmou.
Vasques foi preso no Paraguai, na véspera, quando tentava embarcar para El Salvador. Ele morava em Santa Catarina e rompeu a tornozeleira eletrônica na tentativa de fuga, mas foi interceptado no aeroporto de Assunção, capital do país vizinho, e já retornou ao Brasil. No caso dele, Moraes decretou prisão preventiva.