Os defensores dos termos do resgate da Grécia assumiram uma pequena liderança sobre o "Não" defendido pelo governo, 48 horas antes do referendo que pode determinar o futuro do país na zona do euro, de acordo com uma pesquisa. A sondagem do respeitado instituto Alco para o jornal Ethnos coloca o "Sim" com 44,8% contra 43,4% para o "Não". Mas a vantagem fica dentro da margem de erro de 3,1 pontos percentuais, e 11,8% dos entrevistados disseram que ainda estão indecisos. Com os bancos fechados durante toda a semana, os saques em caixas automáticos racionados e o comércio travado, a votação pode decidir se a Grécia receberá outro resgate financeiro em troca de mais medidas duras de austeridade ou se mergulha ainda mais fundo em uma crise econômica. Também pode determinar se a Grécia se torna o primeiro país a deixar o bloco europeu de moeda única formado por 19 nações, cuja adesão deveria ser irrevogável. A pesquisa mostrou que 74% dos gregos querem permanecer na zona do euro, enquanto apenas 15% querem retornar a uma moeda nacional, com 11% indecisos. O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, tem pedido aos gregos que rejeitem os termos "humilhantes" oferecidos na semana passada por credores internacionais em um acordo que não está mais sobre a mesa, e acusou credores de "chantagem" ao segurarem o crédito. Conforme o descontentamento aumentava em longas filas para aposentadorias e em caixas automáticos, Tsipras prometeu que os bancos vão reabrir assim que o governo conseguir um novo empréstimo com seus parceiros da zona do euro. A agência de rating de crédito Fitch disse que os bancos já estão efetivamente quebrados e irão à falência em dias a menos que o Banco Central Europeu (BCE) eleve a assistência de liquidez emergencial para ajudá-los a lidar com a onda de saques. Embora tenha havido pouco tempo para campanhas, os defensores do "Não" têm direcionado a maior parte de seu veneno para a Alemanha, maior potência da zona do euro e maior credor da Grécia. Um pôster no centro da Grécia mostra uma imagem do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, com o slogan: "Há cinco anos ele vem sugando seu sangue. Diga agora a ele NÃO." O Conselho de Estado, mais alta corte administrativa da Grécia, vai decidir sobre a constitucionalidade do referendo em uma audiência nesta sexta-feira. O Conselho da Europa, uma entidade de direitos humanos e democracia pan-europeia, tem dito que a votação não atende aos padrões mínimos. Dois cidadãos gregos entraram com pedido de suspensão da votação alegando ser inconstitucional e ilegal, argumentando que ela foi convocada às pressas, que a Constituição impede perguntas relacionadas à política fiscal e que a questão não é clara e complexa demais. Muitos gregos podem não conseguir dar seu voto, ou porque estão no exterior e têm que voltar ao país para votar, ou porque não têm dinheiro para retornar a seus domicílios eleitorais devido às restrições monetárias. Tsipras diz que relatório do FMI justifica rejeição de acordo O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, disse nesta sexta-feira que a análise do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostrando que a dívida da Grécia é insustentável justifica a decisão de seu governo de rejeitar o pacote de ajuda dos credores que não oferece alívio da dívida. Em discurso televisionado à nação no último dia de campanha antes do referendo no domingo, Tsipras renovou seu apelo aos gregos para votarem contra o pacote de resgate e dizerem "não" a chantagens e ultimatos. - Ontem um evento de grande importância política aconteceu - disse Tsipras. "O FMI publicou um relatório sobre a economia grega que é uma grande justificativa para o governo grego já que confirma o óbvio --que a dívida grega não é sustentável".
“Sim” assume ligeira liderança em pesquisa sobre referendo grego
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Sexta, 03 de Julho de 2015 às 11:05, por: CdB