Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Shell e Petrobras lideram proposta de IPO sobre reserva estatal de gás

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Quinta, 29 de Outubro de 2020 às 11:22, por: CdB

A companhia anunciou, no final de setembro, a assinatura de contratos para compartilhamento de ativos de escoamento de gás do pré-sal junto à Shell Brasil, Petrogal Brasil e Repsol Sinopec Brasil.

Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro
A Petrobras e a anglo-holandesa Shell, entre outros parceiros, poderão fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de uma empresa criada para operar infraestruturas de escoamento e processamento de gás, disse nesta quinta-feira o presidente da estatal brasileira, Roberto Castello Branco.
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A Petrobras vai realizar uma série de cortes em seus investimento, nos próximos anos
A companhia anunciou, no final de setembro, a assinatura de contratos para compartilhamento de ativos de escoamento de gás do pré-sal junto à Shell Brasil, Petrogal Brasil e Repsol Sinopec Brasil. — É uma oportunidade de criação de uma empresa de ‘midstream’, fazer um ‘spin-off’ (cisão) e a criação de uma empresa de ‘midstream’ cujas ações poderão ser lançadas no mercado, pode ser alvo de um IPO — disse Castello Branco, durante teleconferência com analistas sobre resultados do terceiro trimestre.

‘Midstream’

Os acordos preveem interligação física e compartilhamento de capacidades das chamadas rotas 1, 2 e 3 de gasodutos para escoamento da produção do pré-sal, essa última a cargo da Petrobras e em fase de construção. — (A empresa) se transformaria em um veículo de midstream para construção de novos gasodutos no Brasil com recursos da iniciativa privada, dispensando recursos públicos para isso — acrescentou o executivo. Ele não comentou quando o IPO poderia ocorrer e nem quanto as empresas poderiam buscar levantar com a operação. Uma empresa de gasodutos poderia colaborar para viabilizar investimentos em infraestrutura para garantir o desenvolvimento de um plano do governo para reduzir o preço do gás e, consequentemente, da energia elétrica.

Resultados

Castello Branco também negou que a companhia tenha sofrido qualquer tipo de pressão do governo para pagamento de dividendos, após a estatal ter anunciado na véspera uma revisão de sua política de remuneração aos acionistas para poder distribuir proventos mesmo em anos de prejuízo contábil. O dirigente da estatal disse que essa decisão foi tomada porque o fluxo de caixa tem maior peso para a companhia do que os resultados contábeis. — Há uma especulação maldosa sobre a decisão da companhia. Alguns levantaram a suspeita de que a Petrobras está mudando as regras, e não está mudando regra nenhuma, para beneficiar a União, porque a União precisa de recursos para cobrir seu déficit... seria muito pouco inteligente tentar fazer isso — afirmou ele, durante a teleconferência.

Refinaria

O executivo disse que o governo federal recebe cerca de R$ 360 mil a cada R$ 1 milhão distribuído em dividendos pela companhia, devido à sua participação acionária no capital da petroleira. — Em nenhum momento se interferiu na gestão da Petrobras — acrescentou o CEO. O presidente da companhia disse, ainda, que a Petrobras espera realizar em dezembro um processo para recebimento de ofertas vinculantes por sua refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. — Está tudo prosseguindo como esperado, exceto pelo fato, como mencionei, de um atraso devido à covid-19 — afirmou ele, ao ser questionado sobre as negociações para venda do ativo e o programa de desinvestimento da empresa, durante a teleconferência.

Desinvestimento

A Petrobras já recebeu propostas iniciais pela Repar, mas sinalizou no final de setembro que abriria uma nova rodada para os interessados na unidade, após ter recebido dois lances com valores próximos. A empresa também considerou os valores oferecidos baixos, disseram fontes à agência inglesa de notícias Reuters. O CEO também afirmou que a Petrobras espera obter em novembro aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a venda de sua unidade de gás liquefeito de petróleo, a Liquigás. Na outra ponta, tentativas de desinvestimento de fatia da companhia na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) estão “travadas” por questões regulatórias, acrescentou Castello Branco.
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