Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Senadores têm prova documental sobre pedidos de propina no governo

As mensagens da negociação foram trocadas entre Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do ministério, Herman Cardenas, que aparece como CEO da empresa, e Cristiano Alberto Carvalho, que se apresenta como procurador dela na negociação de pagamentos ilícitos a funcionários públicos.

Quarta, 30 de Junho de 2021 às 15:08, por: CdB

As mensagens da negociação foram trocadas entre Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do ministério, Herman Cardenas, que aparece como CEO da empresa, e Cristiano Alberto Carvalho, que se apresenta como procurador dela na negociação de pagamentos ilícitos a funcionários públicos.

12h29 - de Brasília

Mensagens digitais publicadas na mídia conservadora, nesta quarta-feira, mostram que o Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro negociou, oficialmente, a compra de vacinas com representantes da Davati Medical Supply. Um representante da empresa afirmou ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP) que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de assinar contrato.

roberto-dias.jpg
Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do ministério, trocou mensagens suspeitas, por e-mail

As mensagens da negociação foram trocadas entre Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do ministério, Herman Cardenas, que aparece como CEO da empresa, e Cristiano Alberto Carvalho, que se apresenta como procurador dela.

O próprio Dias envia um email em que menciona uma reunião ocorrida sobre o tema. Ele é apontado como o autor do pedido de propina —sua exoneração do Ministério da Saúde foi anunciada na noite de terça-feira após as revelações da FSP.

No aguardo

Um dos emails foi trocado às 8h50 do dia 26 de fevereiro deste ano, por meio do endereço funcional de Dias, "roberto.dias@saude.gov.br", e "dlog@saude.gov.br" —"dlog" é como o departamento de logística é chamado.

Na conversa, Cardenas informa da oferta de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca, citando Luiz Paulo Dominguetti Pereira como representante da empresa. "Fico no aguardo para ajudar a obter vacinas para seu país", escreveu.

— Ele me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina — denunciou o representante da empresa.

Edições digital e impressa