O secretário de Estado americano, Colin Powell, declarou na última segunda-feira que os Estados Unidos estão sendo submetidos a uma 'prova política e militar' no Iraque, mas que não resta nenhuma dúvida que vão superá-la.
Assim expressou em um discurso pronunciado no City College de Nova York (CCNY) por ocasião do centenário do nascimento do afro-americano Ralph Bunche, defensor dos direitos civis e prêmio Nobel da Paz 1950 por seu papel como mediador na primeira guerra árabe-israelense em 1948.
Powell assinalou que o Iraque é uma 'prova longa e custosa, por isso é necessário ter paciência, estar preparado para pagar um preço alto e ter o convencimento de que estamos fazendo o correto'.
- O presidente George W. Bush não ignorou a ameaça que Saddam Hussein representava (...) e por isto nossas tropas estão ali para restaurar a paz - falou.
Para o chefe da diplomacia americana, a situação no Iraque está melhorando, assim como também progridem os trabalhos de reconstrução do país árabe, graças ao trabalho que está realizando o administrador civil dos Estados Unidos nesse país, Paul Bremer.
Além disso, mostrou satisfação porque, segundo sua opinião, a comunidade internacional volta a estar unida e uma das mostras é o compromisso dos países na recente Conferência de Doadores de Madri de aportar 13 bilhões de dólares para o Iraque.
- Agora, estamos nos preparando para que a transferência da soberania ao povo iraquiano seja feita o mais rápido possível - afirmou.
Powell relacionou a intervenção militar no Iraque com a do Afeganistão ao dizer que o objetivo de seu Governo é 'reconfigurar' estas áreas interconectadas para 'democratizá-las'.
Fora do recinto do City College, um grupo de manifestantes pedia o final da ocupação militar no Iraque com cartazes e folhetos, assim como veteranos de guerra pediam paz.
Powell se dirigiu a eles durante o discurso e disse 'que têm todo o direito de manifestar-se, mas algum dia reconhecerão o trabalho que fizemos'.
Como exemplo falou de sua recente visita ao Panamá e à Nicarágua, países onde, depois de passar mais de uma década da intervenção militar e monetária dos Estados Unidos, diz ter sido recebido de braços abertos.
Ele lembrou que quando era o assessor de Segurança Nacional na época do presidente Ronald Reagan alentou a invasão do Panamá, assim como admitiu ter pressionado o Congresso para que desse dinheiro à 'contra' nicaragüense para derrocar o regime sandinista.
- Queremos sistemas políticos democráticos, economias de mercado e legislações baseadas nos direitos humanos - falou Powell, acrescentando que esta é a mesma razão pela qual estão no Afeganistão e no Iraque.
Powell falou do trabalho de Washington voltado a impulsionar a democratização dos países árabes através de uma abertura financeira, das reformas legislativas e da promoção do setor privado.
- Se um país cria uma boa governabilidade econômica e financeira, nós vamos apoiá-lo - disse.
Segundo Colin Powell, os EUA vão superar 'prova política e militar' do Iraque
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Terça, 11 de Novembro de 2003 às 02:39, por: CdB