Rio de Janeiro, 03 de Janeiro de 2025

Secretário diz que governo pode comprar dólares para compor reservas

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Sexta, 03 de Junho de 2005 às 14:40, por: CdB

Durante evento promovido pela Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários do Banco do Brasil (BBDTVM) na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, o Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, sinalizou nesta sexta que o governo pode voltar a comprar dólares no mercado.

A compra pode reverter a baixa que a moeda americana tem registrado nos últimos meses. Os ganhos de empresas exportadoras são prejudicados quando o dólar perde valor, porque, como os custos em real não variam, a baixa faz com que, no exterior, os produtos brasileiros cheguem mais caros e percam mercado.

O objetivo da compra seria a recomposição das reservas, ou seja, a quantidade de dólares de que o Banco Central dispõe para intermediar operações com o exterior (como no caso de importações ou exportações). Appy afirmou que existem duas formas de recompor reservas: comprando dólar no mercado ou emitindo títulos públicos no exterior.

- Provavelmente, isso exige compra de dólar no mercado, mas não há perspectiva de quando isso vai acontecer. Essa é uma discussão à parte.

O secretário afirmou que a economia brasileira está mais sólida e robusta atualmente, em decorrência das medidas econômicas adotadas pelo governo, entre as quais citou o esforço fiscal, ou seja, o equilíbrio entre receitas e despesas públicas, e os superávits em conta corrente e em contas externas, ou seja, o fato de o Brasil estar registrando saldo positivo entre o dinheiro que entra ou sai do país, por exemplo, com exportações e importações.

Bernard Appy diz acreditar que, em razão dessa estabilidade, não deve haver mais daqui para a frente nenhum grande movimento de desvalorização do real frente ao dólar, como ocorreu no passado. A probabilidade de que isso aconteça é reduzida, na opinião dele. O secretário disse ainda que o impacto sobre os preços será cada vez menor.

O secretário de Política Econômica admitiu que foi baixo o crescimento econômico do país no primeiro trimestre deste ano. O crescimento é avaliado pelos números do Produto Interno Bruto (PIB), a soma do valor de tudo o que se produz no país. A expansão registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foi da ordem de 0,3%, conforme se divulgou esta semana.

Na avaliação de Appy, essa baixa expansão não compromete a capacidade futura de crescimento do país. Segundo o secretário, a queda no trimestre já era esperada porque o país vinha de um período de crescimento forte.

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