Uma carta em árabe, em nome da Al Qaeda e reivindicando a autoria dos atentados desta quinta-feira em Madri, reforçou o temor de que haja um ataque iminente sendo tramado contra os Estados Unidos, disse nesta sexta-feira o secretário de Segurança Interna dos EUA, Tom Ridge.
Em entrevista coletiva em Bangcoc, na Tailândia, Ridge disse que a suspeita sobre a Al Qaeda, que não foi descartada por investigadores espanhóis e norte-americanos, representa mais uma ameaça para os EUA.
``Desde o 11 de Setembro (de 2001), houve uma série de gravações de áudio e vídeo da Al Qaeda'', disse ele. ``Então, a noção de que se trata de mais uma ameaça pública dirigida aos EUA faz sentido, porque pode ser um precursor, mas também depende de outras informações que tenhamos.''
Ridge afirmou não ter informações específicas sobre a autenticidade da carta ou sobre o verdadeiro autor dos atentados de quinta-feira, que mataram 198 pessoas.
``Até agora só sabemos que somos o alvo primário'', disse ele. ``Todos os dias recebemos informações (a respeito disso) gerada por nossa comunidade de inteligência e por nossos aliados ao redor do mundo.''
A Espanha vem concentrando suas acusações no grupo separatista basco ETA, mas a descoberta de sete detonadores e de uma fita com versículos em árabe do Corão em um veículo perto de Madri, assim como a carta atribuída à Al Qaeda, provocou arrepios no mercado financeiro mundial.
A carta, enviada inicialmente para um jornal editado em árabe em Londres, dizia que ``o ataque dos 'Ventos da Morte Negra' contra a América está agora em seu estágio final, quase 90 por cento (pronto), e se Deus quiser estará perto''.
``O esquadrão da morte conseguiu se infiltrar no coração da Europa dos cruzados'', afirmou a carta, que assumiu a responsabilidade pelo atentado em nome das Brigadas Abu Hafs Al-Masri, grupo que se alinha à rede Al Qaeda e que disse ter realizado explosões na Turquia e no Iraque.