Santander anuncia queda nos lucros em todo o mundo

O Banco Santander Central Hispano (BSCH) anunciou nesta quarta-feira uma queda de quase 10% em seus lucros globais, em 2002, atribuindo o fato em grande parte a problemas econômicos na América Latina. Um dos gigantes do setor financeiro na Europa, o BSCH afirmou, no entanto, que os lucros líquidos, de 2,247 de euros (2,44 bilhões de dólares), foram condizentes com as próprias previsões do banco. O número representa uma queda de 9,6% em relação ao ano anterior. A renda líquida com juros - que são os lucros do banco com empréstimos básicos e outras atividades relacionadas - caiu 8,8%, para 9,36 bilhões de euros, em 2002. O lucro operacional caiu 6,4%, para 5,57 bilhões de euros. Os lucros nas unidades latino-americanas do BSCH caíram 8,2% no ano, para 1,38 bilhão de euros. No entanto, somente no quarto trimestre, o lucro subiu para 525,3 milhões de euros, de 493,5 milhões em igual período do ano anterior. Em 2002, o BSCH fortaleceu seus negócios bancários na Espanha, o que ajudou a conter os efeitos das crises latino-americanas, onde a desvalorização de moedas, incluindo o real brasileiro, e a instabilidade política e econômica da Argentina pesaram muito. Cerca de um terço das atividades do BSCH está concentrado na América Latina. Em um comunicado, o presidente do grupo, Emilio Botin, disse que o BSCH não necessita de mais aquisições para crescer. "O Santander tem um magnífico potencial de crescimento com seu tamanho atual e não precisa fazer aquisições para garantir seu futuro desenvolvimento e aumentar significativamente seus lucros", afirmou. Lucros no Brasil: No último dia 21, fontes do BSCH anunciaram, extra-oficialmente, que o banco tinha fechado o último trimestre de 2002, no mercado brasileiro, com um desempenho considerado forte, registrando um lucro anual de 798,4 milhões de dólares. O lucro líquido no país, onde o BSCH opera os bancos Banespa e Santander Brasil, tinha sido de pouco mais de 400 milhões de dólares nos primeiros nove meses do ano. "Os resultados do ano foram melhores do que o esperado, no Brasil, graças a um sólido quarto trimestre, com um lucro (em 2002) de cerca de 750 milhões de euros", disse uma fonte do banco, confirmando em parte uma reportagem publicada no jornal El País, de Madrid, naquele dia. Em outubro, o banco havia previsto fechar o ano com lucros de 600 milhões de dólares, no Brasil, que representa o segundo mais importante mercado para o SCH, depois da Espanha.