A embaixada da Rússia em Pequim decidiu nesta quinta-feira retirar os familiares dos diplomatas e os jovens que estudam na China por temerem a Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars). Fontes da missão diplomática disseram ao jornal Grani.ru que o embaixador Igor Rogacho ordenou iniciar a repatriação depois das festas de Primeiro de Maio e de 9 de maio, celebrado na Rússia como o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial. Segundo as fontes, as aulas no colégio russo em Pequim foram suspensas há uma semana, depois do diagnóstico de pneumonia atípica em um diplomata de um país da comunidade pós-soviética cujos filhos estudam no estabelecimento russo. Na Chancelaria russa em Moscou, outra fonte confirmou a notícia, mas explicou que ainda não foi decidido em que tipo de vôo os cidadãos russos saírão da China e não descartou a necessidade de recorrer a aviões especiais do Ministério de Emergência. O funcionário explicou que a repatriação em aviões correntes da companhia russa Aeroflot apresenta risco de contágio, enquanto uma eventual decisão de não vender passagens para estes vôos a cidadãos chineses pode ser considerada uma medida discriminatória. Até o momento não foi registrado oficialmente na Rússia nenhum caso de Sars, que já causou a morte de 372 pessoas no mundo todo, depois que a doença foi descartada em várias pessoas suspeitas de estarem contaminadas após a volta do exterior, sobretudo da China. Segundo as fontes do Grani.ru em Pequim, a preocupação da embaixada russa já suscitou as críticas da imprensa chinesa, que acusa Moscou de exagerar em relação ao perigo. Os meios de comunicação chineses temem que Moscou decrete novas restrições à entrada de cidadãos desse país no Extremo Oriente russo, depois que já foram impostas para limitar a considerável imigração ilegal chinesa nesta zona do país.
Rússia tira da China famílias de diplomatas e estudantes
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Quinta, 01 de Maio de 2003 às 05:16, por: CdB