A Rússia, considerada aliada próxima da Síria, disse que as tropas sírias deveriam sair do Líbano, colocando mais pressão internacional para que Damasco deixe seu vizinho.
- A Síria deveria retirar-se do Líbano, mas todos temos que garantir que esta retirada não viole o frágil equilíbrio que ainda temos no Líbano, que é um país muito difícil etnicamente - afirmou nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, à BBC.
Em entrevista publicada nesta semana, o presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que poderá retirar as tropas dentro de alguns meses. Mas os Estados Unidos disseram nesta quarta-feira que estão céticos em relação à promessa de Assad, porque Damasco dá sinais ambíguos sobre suas intenções.
Os EUA, apoiados fortemente pela França, lideram a pressão internacional sobre a Síria, principalmente através de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que exige a retirada de forças estrangeiras do Líbano.
- Não acho que seja uma visão apenas americana. É uma decisão do Conselho de Segurança. É uma resolução que a Rússia, junto com outros cinco membros do Conselho de Segurança, se absteve, mas que foi adotada e, como qualquer outra resolução do Conselho de Segurança, deve ser implementada - observou Lavrov.
Nos últimos meses, a Rússia vem estreitando as relações com a Síria, que virou a única aliada de Moscou e ponto de influência no Oriente Médio. Quando o presidente sírio visitou Moscou em janeiro, a Rússia concordou em anular 9,8 bilhões de dólares da dívida síria de 13,4 bilhões de dólares. No mês passado, apesar da preocupação manifestada pelos EUA e por Israel, Moscou declarou que venderia a Damasco mísseis antiaéreos de curto alcance.
A Síria tem 14 mil soldados no Líbano, mas sua presença está sendo questionada desde o assassinato, no mês passado, do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri, em Beirute. A oposição libanesa acusa a Síria de envolvimento na morte.