Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Rússia ameaça Bélgica por uso de ativos congelados em apoio à Ucrânia

Moscou alerta Bruxelas sobre consequências do uso de ativos russos congelados para apoiar a Ucrânia. Propostas da UE em foco.

Quarta, 12 de Novembro de 2025 às 14:02, por: CdB

Bruxelas está agora trabalhando em uma proposta formal sobre as “opções” para financiar Kiev, mas várias fontes da UE consultadas nos últimos dias enfatizam que o foco está no uso dos ativos.

Por Redação, com Europa Press – de Moscou

As autoridades russas advertiram o governo belga nesta quarta-feira que ele será responsabilizado, “e de uma forma que não será fácil”, se finalmente se desfizer de seus ativos congelados para apoiar a Ucrânia, como cada vez mais parceiros da União Europeia estão propondo, entre outras coisas, comprar grãos ucranianos.

Rússia ameaça Bélgica por uso de ativos congelados em apoio à Ucrânia | Moscou adverte Bruxelas sobre uso de fundos russos para ajudar a Ucrânia
Moscou adverte Bruxelas sobre uso de fundos russos para ajudar a Ucrânia

Sobre essa questão, o Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR) fez eco a relatos sobre o interesse da Armênia em comprar grãos ucranianos em detrimento dos russos, mas sem assumir os custos impostos por Kiev, razão pela qual está pedindo a Bruxelas que assuma a diferença, que, segundo Moscou, é mais do que o dobro.

“O atrativo é que a UE está recebendo uma oferta ‘três por um’: grãos para a Armênia, apoio a Kiev e a promoção da desconfiança entre Moscou e Yerevan”, ironizou o SVR, perguntando de onde a Europa vai tirar o dinheiro se “está à beira de uma crise socioeconômica” devido ao seu “desejo de derrotar a Rússia”.

“Seria ideal pagar pelos grãos ucranianos com ativos russos roubados. Mas, por enquanto, eles não conseguiram se desfazer deles. A Bélgica, a entidade que administra esse ‘pool de ladrões’, está resistindo. Eles têm medo de serem responsabilizados, e com razão, pois sem dúvida terão que fazê-lo, e de uma forma que não será fácil”, alertou.

Desde que a Comissão Europeia lançou a ideia de usar o dinheiro gerado pelos ativos russos congelados para financiar um empréstimo de reparação de US$ 140 bilhões para a Ucrânia, o apoio dentro da UE tem aumentado, apesar das dúvidas jurídicas e práticas que isso suscita.

Bélgica

No entanto, a Bélgica, que abriga o depósito da Euroclear, onde a maioria desses ativos é mantida, insiste que esse é um “confisco” que expõe o país e exige garantias legais de que outros parceiros o apoiarão se a Rússia o responsabilizar no futuro.

Bruxelas está agora trabalhando em uma proposta formal sobre as “opções” para financiar Kiev, mas várias fontes da UE consultadas nos últimos dias enfatizam que o foco está no uso dos ativos para financiar o empréstimo de reparações e que outras possibilidades, como emissão de dívida ou créditos bilaterais, são apenas soluções “teóricas”.

O objetivo é que o documento com a base jurídica elaborada pelo executivo da UE seja apresentado a tempo para que os líderes da UE o examinem no tradicional Conselho Europeu de dezembro em Bruxelas.

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