Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Risco de Alzhiemer é quase 50% maior após casos de covid em idosos, diz estudo

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Quinta, 15 de Setembro de 2022 às 09:05, por: CdB

Após analisar dados de 6 milhões de indivíduos, os autores explicam que "pessoas com covid-19 apresentavam risco significativamente maior para o diagnóstico de doença de Alzheimer em 360 dias após o diagnóstico inicial da covid, especialmente em pessoas com idade igual ou superior a 85 anos e em mulheres".

Por Redação, com Canaltech - de Nova York

Passados mais de dois anos da descoberta do coronavírus SARS-CoV-2, o agente infeccioso ainda preserva alguns mistérios para a ciência. Neste semana, cientistas norte-americanos revelaram que, em idosos, o risco de Alzheimer quase dobra após casos da covid-19. O porquê disso ainda precisa ser melhor investigado.

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Após analisar dados de 6 milhões de idosos, cientistas descobriram que o risco de Alzheimer é significativamente maior após a covid

Publicado na revista científica Journal of Alzheimer's Disease, o estudo sobre o risco aumentado de Alzheimer em pessoas com covid-19 foi desenvolvido por pesquisadores da Case Western Reserve University (Cwru), nos Estados Unidos. O aumento da incidência deste tipo de demência é ainda maior para pessoas que têm 85 anos ou mais.

Após analisar dados de 6 milhões de indivíduos, os autores explicam que "pessoas com covid-19 apresentavam risco significativamente maior para o diagnóstico de doença de Alzheimer em 360 dias após o diagnóstico inicial da covid, especialmente em pessoas com idade igual ou superior a 85 anos e em mulheres".

No estudo, os pesquisadores analisaram dados de 6,2 milhões de pessoas com mais de 65 anos nos EUA, sendo que 400 mil foram infectadas pelo coronavírus, que passaram por atendimento médico entre fevereiro de 2020 e maio de 2021. Naquele momento, ninguém poderia ter suspeita ou diagnóstico para o Alzheimer.

Segundo os autores do estudo, o risco de um idoso, que não testou positivo para a covid-19 durante o estudo, desenvolver o Alzheimer é de 0,35%. Após casos do coronavírus SARS-CoV-2, esta porcentagem chega a 0,685. Em outras palavras, o risco é quase 50% maior.

A covid é a causa do problema?

– Os fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença de Alzheimer têm sido pouco compreendidos, mas 'peças' consideradas importantes são infecções anteriores, especialmente infecções virais e inflamação – lembra Pamela Davis, uma das autoras do estudo, em comunicado.

No entanto, os cientistas ainda não sabem se a covid-19 desencadeia os novos quadros de Alzheimer ou se a infecção apenas acelera o surgimento dos sintomas da condição neurodegenerativa. Para confirmar uma das duas possibilidades, mais estudos ainda são necessários.

– Se esse aumento de novos diagnósticos da doença de Alzheimer for mantido, a onda de pacientes com uma doença atualmente sem cura será substancial e poderá sobrecarregar ainda mais nossos recursos de cuidados de longo prazo – completa Davis.

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, também associaram infecções pelo vírus da covid-19 com a maior incidência de casos de demência, aqui, vale lembrar que o Alzheimer é apenas um tipo de demência. Só que, diferente da atual pesquisa, o risco era aumentado, independente da idade.

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