O treinamento ocorreu na comunidade do Cantagalo, na qual a sirene também atende o Pavão-Pavãozinho. No mesmo momento, as comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira fizeram o teste.
Por Redação, com ACS - de Rio de Janeiro
A prefeitura do Rio, por meio da Defesa Civil Municipal, realizou, nesta quarta-feira, o primeiro exercício simulado de 2023 voltado para a desocupação de áreas com alto risco geológico de deslizamentos.
O treinamento ocorreu na comunidade do Cantagalo, na qual a sirene também atende o Pavão-Pavãozinho. No mesmo momento, as comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira fizeram o teste. A ação visa reforçar o protocolo de desocupação das áreas de risco quando sirenes forem acionadas a partir do Centro de Operações Rio (COR), em casos de fortes temporais.
– Esse é um evento estratégico para a Prefeitura e para a comunidade. Queremos informar para a população sobre a importância do acionamento da sirene e também do procedimento que as pessoas têm de fazer caso a sirene venha a tocar. O recado que queremos passar é o de manter a credibilidade sobre o acionamento. Esse é um sistema preventivo, então, na maioria da vezes em que a sirene é acionada, não vamos ter ocorrência. Mas, como pode ocorrer algo, precisamos que a população siga os passos para chegar ao ponto de apoio. Para que, caso ocorra algum incidente, não tenhamos a perda de vidas – afirmou o subprefeito da Zona Sul, Flávio Valle, representando o prefeito Eduardo Paes.
Uma população de cerca de 30 mil moradores foi alcançada nas ações. Sempre que os protocolos de acionamento são alcançados (entre 40 e 55 milímetros de chuva em 1 hora), as sirenes são acionadas, e a população deve se dirigir a pontos de apoio previamente mapeados. Vale lembrar que Defesa Civil não realiza simulação em meses com grande risco de eventos chuvosos, como janeiro, fevereiro e março.
Cerca de 50 agentes da Defesa Civil estiveram nas comunidades, além de outros 40 profissionais de 20 órgãos integrantes do comitê da Prefeitura do Rio focado em redução de desastres (3RD). Durante o exercício simulado, equipes acionaram as sirenes e os alertas por SMS para informar moradores sobre os riscos, direcionando a população para os pontos de apoio instalados em áreas seguras da comunidade (ou de seu entorno) para receber as orientações das equipes municipais e, consequentemente, preservas vidas.
Além de moradores locais, participaram do exercício lideranças comunitárias, agentes de saúde, profissionais de educação, grupos de convivências dos Centros de Referência de Assistência Social, entre outros. A ideia é multiplicar os conhecimentos adquiridos no exercício em seus ambientes profissionais, familiares, comunidades e grupos sociais.
– A sirene é boa porque é um alerta para a comunidade. Quando não existia, a gente não tinha esperança do que ia acontecer. Com ela, sabemos o que vai acontecer e podemos recuar, sair do local de perigo para um lugar seguro. A sirena ajuda o morador a se situar – disse a aposentada Lucimar Paiva, de 60 anos, que mora na comunidade do Cantagalo desde que nasceu.
Os exercícios simulados são realizados para que a população de áreas de risco saiba como agir em ocorrências relacionadas às fortes chuvas. Desde 2011, foram realizados 52 simulados em toda a cidade, 35 deles nos últimos dois anos. O Rio conta com 162 sirenes em 103 comunidades. Ao todo, são quase 200 pontos de apoio cadastrados. Em 2021, as sirenes foram acionadas em 12 ocasiões e, em 2022, num total de oito vezes por conta das fortes chuvas. Ao todo, foram 72 acionamentos desde 2011. O acionamento dos equipamentos ocorre de forma remota a partir do COR.
– Em 2011, o prefeito Eduardo Paes pediu para a Defesa Civil uma aproximação maior da Prefeitura com os moradores das áreas de alto risco geológico. Implementamos esse sistema e, com isso, queremos atender quem não tem um telefone, uma televisão e que não recebia informações sobre uma forte chuva. Com esse sistema, estamos conseguindo tornar a cidade mais resiliente e mais preventiva. É importante frisar que são 12 anos de sucesso do uso das sirenes, mas o fator principal é a participação e a colaboração dos moradores. Sem o engajamento deles nós não temos uma cidade resiliente – reforçou o subsecretário de Defesa Civil Municipal, Rodrigo Gonçalves.
O que é o “3RD”
O 3RD – Rio pela redução de riscos de desastres reúne diretamente 20 órgãos da prefeitura do Rio que somam recursos, planos, políticas públicas de Assistência Social, Saúde, Defesa Civil, Educação, entre outros para a promoção de ações de prevenção e resposta à crise, aprimorando os protocolos e contribuindo para a resiliência do municipío do Rio de Janeiro.
Entre as principais ações estão o incentivo à estratégia de sirenes móveis, com testagem em todos os simulados da Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil da Cidade do Rio de Janeiro, revisão de 60 pontos de apoio disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação e realização de exercícios de evacuação nas 14 áreas prioritárias.
Também foram vistoriados 33 equipamentos públicos da Prefeitura, como Vilas Olímpicas e espaços culturais, para que funcionem, em caráter provisório e emergencial, como alojamentos em situações de emergência. Durante essa ação, as equipes multiplicaram conhecimentos sobre a cultura de prevenção para profissionais que atuam nesses espaços, tornando a cidade mais resiliente. Foram escolhidos locais que já se tornaram referência para a população das comunidades próximas, com objetivo de sempre respeitar e estreitar os laços comunitários nas ações sociais.