Dois policiais militares permanecem em estado grave após a megaoperação que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, a mais letal da história do Rio de Janeiro.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Treze policiais baleados durante a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, continuam internados em hospitais da cidade. Segundo informações divulgadas nesta quinta-feira, dois policiais militares permanecem em estado grave. A ação, batizada de Operação Contenção, é considerada a mais letal da história do Estado, com 121 mortos ao longo dos confrontos.

Entre os feridos estão nove policiais militares e quatro civis. Todos os PMs estão internados no Hospital Central da corporação, no Estácio. Já os policiais civis — identificados como Leandro Oliveira dos Santos, Rodrigo Vasconcelos Nascimento e Rodrigo da Silva Ferreira Soares — permanecem no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. O delegado Bernardo Leal Anne Dias, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), foi transferido para o Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, após ter sido atingido na veia femoral e perdido grande quantidade de sangue. Seu quadro ainda não foi atualizado.
Ação de guerra no Alemão e na Penha
A megaoperação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar em uma ofensiva contra o tráfico nas duas comunidades. O governo do Rio informou que o objetivo era desarticular núcleos do Comando Vermelho que atuavam na região e apreender armamentos usados por criminosos para expandir o domínio territorial na Zona Norte.
Os números revelam a dimensão da ação: foram apreendidas 118 armas — entre elas 91 fuzis —, 26 pistolas, um revólver e 14 artefatos explosivos. Além disso, 113 suspeitos foram presos e 10 adolescentes apreendidos. O saldo humano, no entanto, reacendeu o debate sobre a letalidade policial e os limites da política de segurança pública adotada pelo estado.
A operação mais letal da história do Rio
Com 121 mortos confirmados, sendo quatro policiais entre as vítimas, a Operação Contenção superou o número de mortes registradas em todas as operações anteriores realizadas nas favelas do Rio. O episódio tem provocado reações de autoridades, entidades de direitos humanos e da própria Defensoria Pública, que acompanha a identificação dos corpos e o atendimento às famílias.
Enquanto parte dos agentes ainda se recupera em hospitais, o governo fluminense mantém a defesa da operação, alegando que a ofensiva era necessária para combater facções que impunham terror em comunidades da capital.