Como muitos acreditam que o aquecimento global reduzirá a precipitação de neve, especialmente em locais mais baixos.
Por Redação, com Reuters - de Arosa
A perspectiva de ondas de calor violentas levando turistas ao frescor das montanhas e de crianças perguntando aos avôs sobre suas lembranças da neve está levando os resorts alpinos de esqui a refletirem sobre as implicações da mudança climática.
Como muitos acreditam que o aquecimento global reduzirá a precipitação de neve, especialmente em locais mais baixos, a indústria turística suíça está procurando maneiras de preservar um negócio lucrativo brutalmente exposto ao clima.
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O resort de esqui de Arosa, no leste da Suíça, criou um refúgio de US$ 6,5 milhões que abriga Napa e outros dois ursos resgatados de jaulas em restaurantes da Albânia para ajudar a atrair veranistas e diminuir sua dependência de praticante de esqui e snowboard.
Arosa
Turmas escolares, famílias e um grupo de veteranos do Exército que comemoravam um 80º aniversário o visitaram em um dia de verão recente, ajudando o parque a atingir o que o diretor turístico de Arosa, Pascal Jenny, disse ser uma meta de 50 mil visitantes neste ano.
Arosa se reinventou, adotando o turismo de inverno nos anos 1930 depois de passar décadas como resort de saúde para tuberculosos. Mas não será fácil, no inverno do ano passado a localidade teve quase 620 mil pernoites, mais que o triplo do total do verão.
Jenny, que teme uma redução acentuada na precipitação de neve nos próximos 20 ou 30 anos, está se precavendo.
– O que nos dá alguma esperança é que a neve artificial está obtendo fortes avanços técnicos. Agora posso fazer neve a 5 graus acima do ponto de congelamento – disse ele em uma plataforma de observação ao lado do teleférico Weisshorn, que oferece uma vista abrangente do vale alpino recoberto de neve.
Resorts montanhosos
Sua abordagem dupla enfatiza o dilema enfrentado pelos resorts montanhosos: como manter os lucros enquanto embarcam no que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) classifica como uma reformulação global do turismo.
“As consequências da mudança climática serão sentidas em todo o setor de viagens e turismo ao longo das próximas décadas”, alertou a OCDE, cujos países-membro representam 80% do comércio e do investimento mundiais, em um estudo de 2018 sobre megatendências no turismo.
Tempestades, inundações e marés ameaçarão regiões litorâneas, destinos do sul enfrentarão ondas de calor extremas e os do norte terão períodos de precipitação de neve mais curtos, disse.