Os senadores e deputados da Libéria, reunidos em sessão extraordinária, aprovaram nesta quinta-feira, por 46 votos a favor e um contra, a renúncia do presidente Charles Taylor, prevista para o dia 11 de agosto.
A presidência deve ser assumida por Moses Blah, atual vice-presidente do país. Os parlamentares consideraram constitucional a transferência do cargo a Blah.
Em uma carta enviada ao Parlamento, o presidente Taylor, que não compareceu ao local para discursar, como estava previsto, afirma que não é o problema da Libéria, ao contrário do que afirma a comunidade internacional.
Também se declara vítima de uma "conspiração internacional", em referência ao embargo sobre armas ao qual o país está submetido desde maio de 2001, que, segundo ele, lhe impediu de lutar contra os rebeldes do Lurd (Liberianos Unidos para a Reconciliação e a Democracia) em Monróvia.
— Me impediram de exercer minha responsabilidade constitucional de defender o país e suprir as necessidades sociais essenciais do povo", destaca no texto. "Por tudo isso, eu, presidente desta nobre República, não posso presidir mais o sofrimento e a humilhação do povo liberiano.
— As perdas materiais em massa e a catástrofe humanitária são inaceitáveis. A Libéria está a ponto de vir abaixo — acrescenta Taylor.
Depois de abandonar o poder, na próxima segunda-feira ao meio-dia, Charles Taylor, antigo chefe de guerra acusado de crimes contra a humanidade e crimes de guerra em Serra Leoa por um tribunal especial do país, viajará para a Nigéria, nação que lhe ofereceu asilo político.