A detecção de uma nova variante do coronavírus no Brasil levou o Reino Unido a vetar a chegada de viajantes procedentes de América do Sul e de Portugal, enquanto o governo britânico se esforça para acelerar seu programa de vacinação diante do avanço alarmante de outra mutação, aparentemente mais contagiosa.
Por Redação, com EFE - de Londres
A detecção de uma nova variante do coronavírus no Brasil levou o Reino Unido a vetar a chegada de viajantes procedentes de América do Sul e de Portugal, enquanto o governo britânico se esforça para acelerar seu programa de vacinação diante do avanço alarmante de outra mutação, aparentemente mais contagiosa.
Além disso, centenas de farmácias estão se preparando para ajudar a imunizar populações em risco na Inglaterra, onde o sistema de saúde está começando a mostrar sinais de saturação, e vários hospitais foram forçados a suspender transplantes e outras cirurgias.
Mais de 2,6 milhões de pessoas já receberam no Reino Unido a primeira dose de vacina contra a covid-19. O governo espera imunizar cerca de 15 milhões até meados de fevereiro.
O país relatou 48.682 novos contágios na quinta-feira, cerca de mil a mais do que quarta. Após registrar 1.546 mortes pela doença transmitida pelo novo coronavírus, o máximo em um dia desde o início da pandemia, o governo britânico advertiu sobre um atraso nos números devido a um "problema com o processamento dos dados sobre as mortes".
Nova variante
A partir das 4h00 (de Londres; 1h de Brasília) desta sexta-feira, as viagens para o Reino Unido de passageiros procedentes de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela serão proibidas para tentar impedir a chegada de uma variante brasileira do coronavírus.
A proibição também vale para quem tentar embarcar em Portugal e Cabo Verde, devido à estreita relação dos dois países com o Brasil.
Cidadãos britânicos ou irlandeses, assim como residentes do Reino Unido estarão isentos dessas restrições.
Transportadores que chegam às ilhas britânicas vindos de Portugal também serão isentos, a fim de garantir a entrega de "bens essenciais", disse o ministro dos Transportes do Reino Unido, Grant Shapps.
Meio milhão de doses por dia
Seis farmácias na Inglaterra começaram a oferecer a vacina contra a covid-19 na quinta-feira, e quase 200 estão se preparando para fazê-lo nas próximas duas semanas.
O CEO da rede de farmácias Boots estima que se 100 de seus estabelecimentos receberem autorização, poderão aplicar até 500 mil doses por dia.
As farmácias receberão 12,58 libras (US$ 17,21) por dose injetada, o que segundo o governo permitirá que o plano tenha custo zero para as empresas privadas.
Operações suspensas
O número de pacientes hospitalizados com covid-19 no Reino Unido é de 36.489, muito acima do pico de 21.684 registrado em 12 de abril, durante a primeira onda da pandemia.
A agência de saúde que coordena os transplantes de órgãos no país (NHSBT) informou que 13 das 68 instalações que normalmente realizam esse tipo de operação estão completamente paradas.
O Hospital Universitário de Birmingham anunciou nesta sexta-feira que suspendeu temporariamente os transplantes renais devido à "situação crítica" que está enfrentando.