Rio de Janeiro, 11 de Dezembro de 2025

Paralisação nacional mobiliza Portugal contra o governo

Centenas de voos cancelados e serviços paralisados em Portugal devido à maior greve nacional em mais de 10 anos, em protesto contra a reforma trabalhista do governo.

Quinta, 11 de Dezembro de 2025 às 13:53, por: CdB

Nas primeiras horas desta quinta-feira, centenas de voos foram cancelados em diversas cidades.

Por Redação, com ANSA – de Lisboa

Duas das maiores centrais sindicais de Portugal, CGTP e UGT, realizaram nesta quinta-feira a maior greve nacional já registrada em mais de 10 anos. A paralisação se dá em protesto contra a reforma trabalhista do governo, afetando diversos serviços pelo país. Apesar do caos, mais da metade dos portugueses apoiam a paralisação.

Paralisação nacional mobiliza Portugal contra o governo | Estações de metrô ficaram vazias em Lisboa na manhã desta quinta-feira devido à greve
Estações de metrô ficaram vazias em Lisboa na manhã desta quinta-feira devido à greve

Nas primeiras horas desta quinta-feira, centenas de voos foram cancelados em diversas cidades. Trens e metrôs também tiveram boa parte de seus serviços suspensos, deixando vazias as principais estações no Porto e em Lisboa.

A greve também afetou tribunais, escolas, universidades e a coleta de lixo. No caso de hospitais, apenas os casos urgentes prosseguem sem interrupções.

Os sindicatos criticam a nova lei trabalhista proposta pelo primeiro-ministro de direita, Luís Montenegro, que traz mais de 100 medidas com o objetivo de “estimular o crescimento econômico e pagar melhores salários”.

Entre os pontos questionados pelas associações estão a obrigatoriedade de 150 horas extras obrigatórias por ano, que podem ser impostas unilateralmente pela empresa; o aumento da duração dos contratos de trabalho temporários; além da simplificação dos procedimentos de demissão.

CGTP

Para o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, as reformas são “um dos maiores ataques ao mundo do trabalho”. Em declarações à à agência francesa de notícias Agence France-Presse (AFP), ele afirmou que a ação do governo “normalizaria a insegurança trabalhista”, “desregulamentaria o horário de trabalho” e “facilitaria as demissões”.

De acordo com Oliveira, “de uma população ativa de cerca de 5 milhões de pessoas, cerca de 1,3 milhão já se encontram em situações de precariedade laboral” em Portugal.

Segundo pesquisa do DN/Aximage, 61% dos portugueses apoiam a paralisação geral nesta quinta. 

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