A barragem rompeu perto da cidade da localidade de Mai Mahiu, no Vale do Rift, a 100 quilômetros de Nairóbi. Casas foram destruídas e uma rodovia foi bloqueada. Um total de 120 pessoas morreram no Quênia desde março devido às chuvas mais intensas que o habitual que atingiram o país, agravadas pelo fenômeno climático El Niño.
Por Redação, com CartaCapital - de Nairóbi
Ao menos 45 pessoas morreram no rompimento de uma barragem em uma cidade ao noroeste de Nairóbi, capital do Quênia, no momento em que o país enfrenta chuvas torrenciais e mantém as escolas fechadas.
“Até o momento, recuperamos 45 corpos da tragédia da barragem. A equipe no local está sobrecarregada, mas as buscas prosseguem”, declarou por telefone à agência francesa de notícias AFP um funcionário da delegacia do condado de Nakuru.
A barragem rompeu perto da cidade da localidade de Mai Mahiu, no Vale do Rift, a 100 quilômetros de Nairóbi. Casas foram destruídas e uma rodovia foi bloqueada.
Um total de 120 pessoas morreram no Quênia desde março devido às chuvas mais intensas que o habitual que atingiram o país, agravadas pelo fenômeno climático El Niño.
Em outro incidente, a Cruz Vermelha queniana anunciou nesta segunda-feira que recuperou dois corpos depois que uma embarcação, que transportava um grande número de pessoas, naufragou no fim de semana durante a cheia do rio Tana, leste do país.
Segundo a organização, 23 pessoas foram resgatadas. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o momento em que a embarcação, com superlotação, afunda com os passageiros gritando.
O governo queniano pediu na sexta-feira à população se preparasse para chuvas ainda mais intensas e anunciou um primeiro balanço de 76 vítimas fatais nas inundações desde março.
O Quênia e grande parte do leste da África registram chuvas sazonais mais intensas do que o habitual há várias semanas.
Escolas fechadas
As inundações alagaram estradas e bairros inteiros, provocando o deslocamento de mais de 130.000 pessoas no país, muitas delas em Nairóbi, segundo os dados oficiais publicados no sábado.
As escolas permanecem fechadas devido às fortes chuvas.
– O efeito devastador da chuva em algumas escolas é tão grande que seria imprudente arriscar a vida das crianças e dos funcionários – afirmou o ministro da Educação, Ezequiel Machogu.
As chuvas também provocaram danos consideráveis na vizinha Tanzânia, onde pelo menos 155 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terra.
No Burundi, um dos países mais pobres do mundo, quase 96.000 pessoas foram deslocadas por meses de chuvas ininterruptas, anunciaram a ONU e o governo no início do mês.
Uganda também enfrentou fortes tempestades que provocaram inundações. Ao menos duas pessoas morreram e centenas de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.
Em 2018, no mesmo condado de Nakuru onde está localizada Mai Mahiu, o rompimento da barragem de Solai, provocado pelas chuvas e inundações, matou 48 pessoas.
O fenômeno climático El Niño geralmente é associado a temperaturas globais mais elevadas, o que provoca secas em algumas regiões e inundações em outras.
No final do ano passado, mais de 300 pessoas morreram em consequência das chuvas e inundações no Quênia, Somália e Etiópia, enquanto a região tentava se recuperar da seca mais grave nos últimos 40 anos, que deixou milhões de pessoas em situação de fome.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou em março que o atual fenômeno El Niño era um dos cinco mais potentes já registrados.