A reunião enfatizou a tentativa do Kremlin de mostrar que o Estado havia conquistado o controle sobre o grupo mercenário após um motim fracassado em junho por seu chefe Yevgeny Prigozhin, que morreu com outros comandantes em um acidente de avião em agosto.
Por Redação, com Reuters - de Moscou
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi mostrado nesta sexta-feira reunido com um dos principais ex-comandantes do grupo mercenário Wagner e discutindo a melhor forma de usar "unidades voluntárias" na guerra da Ucrânia.
A reunião enfatizou a tentativa do Kremlin de mostrar que o Estado havia conquistado o controle sobre o grupo mercenário após um motim fracassado em junho por seu chefe Yevgeny Prigozhin, que morreu com outros comandantes em um acidente de avião em agosto.
Putin foi mostrado na televisão estatal reunido no Kremlin com Andrei Troshev, ex-comandante de Wagner, conhecido por seu nome de guerra "Sedoi”, ou "cabelos grisalhos".
O Kremlin disse que a reunião ocorreu na quinta-feira. O vice-ministro da Defesa, Yunus-Bek Yevkurov, que viajou nos últimos meses para vários países onde os mercenários do Wagner trabalharam, também estava presente, sentado mais próximo de Putin.
Dirigindo-se a Troshev, Putin disse que eles haviam conversado sobre "unidades voluntárias que podem realizar várias tarefas de combate, acima de tudo, é claro, na zona da operação militar especial".
– Você mesmo está lutando em uma unidade assim há mais de um ano – disse Putin. "O senhor sabe o que é, como é feito, conhece os problemas que precisam ser resolvidos com antecedência para que o trabalho de combate ocorra da melhor e mais bem-sucedida maneira."
Putin também disse que desejava falar sobre o apoio social para as pessoas envolvidas nos combates.
Troshev foi mostrado ouvindo Putin, inclinado para frente e acenando com a cabeça, com um lápis na mão. Seus comentários não foram exibidos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à agência de notícias RIA que Troshev agora trabalha no Ministério da Defesa.
Destino do Wagner
O destino do Wagner não ficou claro desde o motim fracassado de Prigozhin em 23 de junho e sua morte dois meses depois, após o qual Putin ordenou que os combatentes do Wagner assinassem um juramento de lealdade ao Estado russo, ao qual Prigozhin e muitos de seus homens se opuseram.
O jornal russo Kommersant informou que, poucos dias após o motim do Wagner, Putin sugeriu que Troshev assumisse o lugar de Prigozhin.
O Wagner, que já teve dezenas de milhares de homens, ficou mais conhecido por sua captura em maio da cidade ucraniana de Bakhmut, na batalha mais sangrenta da guerra. Após a queda de Bakhmut, as unidades do Wagner se retiraram da Ucrânia.