Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Protestos contra Trump mobilizam norte-americanos em todo o país

Milhões de norte-americanos se mobilizam em protestos contra Donald Trump, denunciando sua virada autoritária e celebrando a democracia. Saiba mais sobre os atos que ocorreram em várias cidades.

Sábado, 18 de Outubro de 2025 às 15:14, por: CdB

Os atos irritaram Donald Trump, que comemorou seu 79º aniversário naquele mesmo dia, com um grande desfile militar pelas ruas da capital norte-americana.

Por Redação, com RFI – de Nova York

Grandes manifestações contra Donald Trump acontecem neste sábado nos Estados Unidos, por todo o país, de Nova York a São Francisco. Mais de 2,7 mil protestos estão planejados ao longo do dia, em grandes cidades, áreas rurais e até mesmo perto da residência do presidente em Mar-a-Lago, na Flórida, onde ele passará o fim de semana.

Protestos contra Trump mobilizam norte-americanos em todo o país | Norte-americanos saem às ruas em manifestações contra Trump
Norte-americanos saem às ruas em manifestações contra Trump

Reunidos sob o lema “Sem reis”, milhões de norte-americanos devem marchar para denunciar a “virada autoritária” do presidente republicano, anunciaram os organizadores. No bairro de Forest Hills, em Nova York, centenas de pessoas se reuniram no meio da manhã, entoando o slogan “Amamos nosso país, não suportamos Trump”.

– Este presidente é uma vergonha, e espero que haja milhões de pessoas nas ruas hoje – disse Stephanie, de 36 anos, que preferiu não revelar seu sobrenome, à agência francesa de notícias Agence France-Presse (AFP).

Em meados de junho, o primeiro dia de mobilização organizado pelo coletivo “No Kings”, que reúne cerca de 300 organizações, levou às ruas milhões de pessoas de todas as idades, no maior protesto desde o retorno do republicano à Casa Branca.

Os atos irritaram Donald Trump, que comemorou seu 79º aniversário naquele mesmo dia, com um grande desfile militar pelas ruas da capital norte-americana.

Embora tenha ameaçado, em junho, responder aos manifestantes com “força muito grande”, ele comentou sobriamente esta semana na Fox News: “Eles me chamam de rei. Eu não sou um rei”.

Direita denuncia “ódio contra a Amérca”

A direita acusa do dia de mobilizações de um movimento de “ódio contra a América”. Várias figuras de seu partido chegaram a comparar os manifestantes a terroristas.

“Aposto que vocês verão apoiadores do Hamas e da Antifa”, disse o líder republicano da Câmara, Mike Johnson, referindo-se ao movimento político recentemente designado como “organização terrorista” pelo presidente. O deputado de Minnesota, Tom Emmer, acusou os democratas de cederem à “ala terrorista de seu partido”.

– Não deixem que Donald Trump e os republicanos os intimidem e silenciem – retrucou o líder democrata do Senado, Chuck Schumer, no sábado, incitando os americanos a “fazerem suas vozes serem ouvidas”, em uma mensagem no X.

Uma convocação ao protesto também foi compartilhada pela candidata presidencial democrata de 2024, Kamala Harris, e pelo astro de Hollywood Robert De Niro.

Balão gigante

Desde que retornou ao poder, em janeiro, Donald Trump tem perturbado o equilíbrio da democracia norte-americana ao invadir os poderes do Congresso e dos estados e ameaçar seus oponentes com represálias legais.

– Ele está violando completamente a lei e a Constituição – disse Ashley, 37, uma manifestante entrevistada pela AFP, enfurecida.

Este dia de mobilização ocorre em meio a uma paralisação do orçamento federal e enquanto Donald Trump enviou tropas para vários redutos democratas, segundo ele, para combater a imigração ilegal e o crime. Em sinal de protesto, várias marchas estão programadas para acontecer em cidades para onde ele enviou a Guarda Nacional, como Washington, Chicago e Los Angeles, onde os organizadores planejam levar um balão gigante representando o presidente americano como uma criança de fralda.

Manifestações também estão planejadas em outros países, como Canadá, Espanha e Suécia. O dia anterior de mobilização reuniu várias celebridades americanas, como o ator Mark Ruffalo e o comediante Jimmy Kimmel – cujo talk show foi temporariamente suspenso por pressão do governo Trump.

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