O príncipe Charles, herdeiro da Coroa Britânica, que decidiu levar o tablóide britânico Mail On Sunday ao Supremo Tribunal da Grã-Bretanha para evitar a publicação de mais trechos do seu diário particular, deve ter mais notícias do caso ainda esta semana. A ação foi iniciada pelo príncipe de Gales depois que o semanário publicou, em novembro de 2005, trechos do diário de Charles, e foi retomada nesta terça-feira, com um depoimento de Mark Bolland, secretário particular de Charles entre 1996 e 2002, em que ele o descreveu como um "dissidente" trabalhando contra a opinião pública.
Nos trechos publicados pelo semanário no ano passado, o príncipe classificava autoridades chinesas de "pavorosas estátuas de cera". Em outro trecho, ele teria escrito que uma cerimônia chinesa tinha um "terrível estilo soviético", além de taxar um discurso do então presidente Jiang Zemin de "propaganda".
- Ele abraçaria prontamente os aspectos políticos de qualquer questão polêmica em que estivesse interessado. Ele o fazia de maneira muito pensada, cuidadosa e estudada. Várias vezes, ele se referia a si próprio como um 'dissidente' trabalhando contra o consenso político estabelecido - afirmou Mark Bolland, que deve testemunhar em favor do tablóide.
Charles alega que os seus oito diários foram copiados por um ex-funcionário e processa os donos do Mail On Sunday por quebra de privacidade e direito autoral. Na audiência desta terça-feira, a defesa de Charles afirmou que o príncipe "tem o direito de manter documentos particulares confidenciais como qualquer um".
- Ele não pretende ou deseja publicar os diários, embora seja possível que depois da morte dele, trechos editados venham a ser publicados - afirmou o advogado de Charles, Hugh Tomlinson.
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