Para quem vive na Europa é muito difícil acompanhar os sacrifícios crescentes a que ficou sujeito o povo brasileiro a partir do golpe de Temer.
Por Zillah Branco - de Brasília
Para quem vive na Europa é muito difícil acompanhar os sacrifícios crescentes a que ficou sujeito o povo brasileiro a partir do golpe de Temer, que agora se percebe como a espoleta de uma destruição da Justiça e da Segurança no Estado Brasileiro que germinava ha alguns anos sob a cobertura de uma tênue manta democrática. A mídia hegemônica, departamento do império norte-americano que cobre também a Europa, "fakea" historiazinhas pontuais que desvirtuam completamente a realidade que podemos conhecer através do Vermelho e outros jornais de esquerda e com os videos da mídia alternativa, progressista, que tem mantido um trabalho incansável e cada vez mais aprofundado sobre a realidade nacional e seus vínculos com o setor internacional (tanto o predador colonizante, como as demonstrações de solidariedade com a luta de esquerda).Os traidores
O somatório dessa mídia progressista e revolucionária, representa uma ponta de lança que se consolida contra os invasores e os traidores da Pátria (covardes e corruptos) que aponta a necessidade da Frente Ampla que se forma em torno do conhecimento da história econômica e social do Brasil que sempre permaneceu dependente da estrutura capitalista global que na crise concentra o poder imperialista. Como bem aponta Lula, o grande passo dado com a aplicação do seu plano de emancipação econômica do Estado e aplicação de benefícios sociais para o pleno desenvolvimento dos cidadãos, não teve o tempo necessário para se completar. Podemos acrescentar que não chegou a superar a dependência que ficou contaminando a economia financeira e o sistema jurídico do país. Estas entrevistas com especialistas de vários ramos da ciência social, com jornalistas que têm boa técnica para revelar aspectos da realidade, com políticos de esquerda que participam da luta nacional, com líderes populares, de sindicatos ou associações específicas de setores sociais ou religiosos, constitui um verdadeiro curso de nível superior aberto a quem se soldariza com a luta contra a invasão imperialista e a destruição do Estado de Direito no Brasil. Merecem louvores especiais os que, como a nossa Vanessa e Lindberg, ex-senadores, assumiram a função de jornalistas contribuindo com a especialidade adquirida no Parlamento. E, na ausência de um e outro, militantes do PCdoB e do PT ocupam o posto enriquecendo com as suas experiências pessoais. Ficaria demasiado longo o texto se fossemos lembrar cada um dos valiosos canais e blogues que compõem esta universidade virtual.Como atingir o povo marginalizado
A partir da divulgação pela Internet, com a criação de textos sintéticos tipo cartilha, os militantes poderão promover outras formas de divulgação que chegue a toda a população nos contactos habituais com moradores. Onde se formam grupos poderão ser projetados videos que provocam debates, em bares populares, nos jardins públicos, etc. De alguma maneira poderemos combater a destruição do plano de formação iniciado por Lula, criando pequenos cursos participados por todo o país que serão sementes de uma nova consciência.Os militantes
A coordenação pelos partidos a que pertencem os militantes que reproduzem a informação da universidade virtual, permitirá, por seu lado, a absorção do conhecimento da realidade e sua transformação dinâmica que vai alimentar a participação popular nas manifestações e o aprofundamento do conhecimento básico necessário à coesão da Frente Ampla em torno de projetos de ação e planos de governo. Só assim superamos a herança do pêso oligárquico da História nacional e a tendência a nomear a personalidade mais competente para conduzir o país, e os múltiplos preconceitos que dividem a população, as classes, até as famílias. O modelo de escolas do MST, a pedagogia para alfabetização cubana, as idéias libertadoras de Paulo Freire e a experiência da universidade digital, constituem esteios para abrirmos o caminho da participação popular e do desenvolvimento de uma consciência socialista de Estado.
Zillah Branco, é Cientista Social, consultora do Cebrapaz. Tem experiência de vida e trabalho no Chile, Portugal e Cabo Verde.
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