A fala de Rutte veio após diversas das maiores cidades do país, como Amsterdã, Roterdã e Haia, também pedirem perdão pelos crimes. Segundo dados locais, mais de 600 mil africanos foram escravizados sob comando dos holandeses e enviados para a América do Sul e para as ilhas do Caribe.
Por Redação, com ANSA - de Amsterdã
O primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, pediu formalmente "perdão" nesta segunda-feira pela participação do país em cerca de 250 anos de escravidão em suas antigas colônias, definindo o tráfico e a exploração de pessoas como "crimes contra a humanidade".
– Hoje, em nome do governo holandês, peço desculpas pelas ações do passado do Estado. A título póstumo, peço desculpas a todos os escravos do mundo que sofreram por esse ato. Peço também aos seus filhos, aos filhos de seus filhos e a todos os descendentes – afirmou em pronunciamento.
O discurso ocorreu durante a visita de vários ministros atuais nas sete ex-colônias do país que receberam pessoas escravizadas, algumas ainda parte do território holandês: Bonaire, St. Maarten, Aruba, Curaçao, Saba, St. Eustatius e Suriname.
O pedido de desculpas veio após semanas de discussão nos Países Baixos, com diversas ONGs cobrando que a fala fosse realizada em 1º de julho de 2023, quando a festa surinamesa do "Keti Koti" (Correntes quebradas, em tradução livre), que celebra o fim da escravidão no país, completará 160 anos.
Tráfico e da exploração de escravos
Além disso, no ano passado, um relatório do próprio governo exigiu que o atual Executivo reconhecesse o quanto o país se beneficiou do tráfico e da exploração de escravos durante o chamado "século de ouro holandês", entre os séculos XVI e XVII, e pedisse perdão pelos crimes.
A fala de Rutte veio após diversas das maiores cidades do país, como Amsterdã, Roterdã e Haia, também pedirem perdão pelos crimes. Segundo dados locais, mais de 600 mil africanos foram escravizados sob comando dos holandeses e enviados para a América do Sul e para as ilhas do Caribe.