Mensalmente, a FAO acompanha o mercado internacional de arroz. O relatório divulgado nesta sexta-feira em Roma mostra que o preço médio do arroz branco subiu 1,5% no mundo no mês passado. Mas o comportamento entre os países, porém, foi bem diferente. Na América Latina, as enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão, no país, aguçou a ganância dos atravessadores, que elevaram de imediato o preço da commodity.
Por Redação – de Brasília
O preço do quilo do arroz branco no Brasil, em maio, era o mais caro do mundo, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO. Ao longo das últimas semanas, o produto ficou 10% mais caro no Brasil e atingiu US$ 830 a tonelada. O valor é 29% maior do que o praticado na Tailândia, grande mercado produtor na Ásia.
Mensalmente, a FAO acompanha o mercado internacional de arroz. O relatório divulgado nesta sexta-feira em Roma mostra que o preço médio do arroz branco subiu 1,5% no mundo no mês passado. Mas o comportamento entre os países, porém, foi bem diferente. Na América Latina, as enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão, no país, aguçou a ganância dos atravessadores, que elevaram de imediato o preço da commodity.
O aumento de 10% no Brasil foi comparável ao observado na Argentina – alta de 11% no mês – e no Uruguai – onde os preços subiram 9%. Apesar de a alta do mercado argentino ter sido ligeiramente maior, os preços praticados no Brasil superam o dos vizinhos. Enquanto a tonelada foi negociada a US$ 830,60 no Brasil, o mesmo volume custou US$ 808,60 no Uruguai e US$ 783,80 na Argentina.
Compradores
O relatório destaca que no Brasil “incertezas permanecem sobre a escala das perdas sofridas” após as cheias no Rio Grande do Sul. “As enchentes levaram o governo a anunciar importação do produto e que aprovaria a redução de impostos de importação para renovar estoques e manter os preços locais sob controle”, cita o relatório.
A tragédia climática no Brasil também afetou a dinâmica de preços do outro lado do mundo, na Tailândia. O relatório menciona que os preços no país asiático subiram entre 4% e 6% no mês.
Ainda segundo a FAO, o índice mundial de preços de alimentos subiu pelo terceiro mês consecutivo em maio, uma vez que os preços mais altos dos cereais e dos laticínios compensaram as quedas nos preços do açúcar e dos óleos vegetais.
Leitura
O índice de preços da FAO, que acompanha as commodities alimentícias mais comercializadas globalmente, atingiu uma média de 120,4 pontos em maio, um aumento de 0,9% em relação ao nível revisado de abril. No entanto, a leitura de maio ficou 3,4% abaixo do nível registrado um ano antes.
O índice da FAO atingiu o nível mais baixo em três anos em fevereiro, uma vez que os preços dos alimentos continuaram a diminuir em relação ao pico recorde estabelecido em março de 2022, após a invasão da Rússia na Ucrânia, país que também exporta produtos agrícolas.
O aumento em maio foi sustentado pelos preços dos cereais, que subiram 6,3% em relação ao mês anterior, em meio a preocupações crescentes com as condições desfavoráveis das safras, que restringem as colheitas de 2024 nas principais áreas produtoras, como a América do Norte, a Europa e a região do Mar Negro.
Clima
Em um relatório separado sobre oferta e demanda de cereais, a FAO previu que a produção mundial de cereais em 2024/25 será de 2,846 bilhões de toneladas, aproximadamente no mesmo nível da produção recorde de 2023/24, já que a produção de cevada, arroz e sorgo deverá aumentar, compensando as quedas no milho e no trigo.
Internamente, o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou a alta com mais força do que o esperado em maio sob pressão de alimentos processados, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), em informe divulgado nesta manhã.
O IGP-DI subiu 0,87% em maio, depois de avanço de 0,72% no mês anterior, acima da expectativa em pesquisa da agência de notícias Reuters de alta de 0,69%.