Analistas acreditam que o fato de a barreira dos US$ 90 por barril não ter sido superada após o início dos conflitos sugere que o mercado de commodities pode estar muitos mais resistente a choques geopolíticos.
Por Redação, com agências internacionais - de Londres
Os preços do petróleo no mercado internacional abriram esta terça-feira em queda, após subir mais de 4% no primeiro dia de agressões entre Israel e Palestina. Nesta manhã, o barril (equivalente a 159 litros) do petróleo Brent recuava 0,54%, cotado a US$ 87,67. Já o óleo tipo WTI caía 0,51%, com cotação de US$ 85,94 o barril.
Analistas acreditam que o fato de a barreira dos US$ 90 por barril não ter sido superada após o início dos conflitos sugere que o mercado de commodities pode estar muitos mais resistente a choques geopolíticos do que em 1973, quando uma guerra semelhante impulsionou os preços do óleo bruto.
Commodities
A Faixa de Gaza — epicentro dos confrontos iniciados após o ataque terrorista do grupo Hamas a Israel, no sábado —, não é um polo indispensável de produção petrolífera. De acordo com o Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos, o território palestino não tem reservas comprovadas de hidrocarbonetos, apesar de suspeita de que campos subterrâneos israelenses possam se estender pela região. Os israelenses, por sua vez, tinham em 2016 cerca de 14 milhões de barris, mas produzem muito pouco.
Os efeitos nos fluxos de petróleo, portanto, são residuais, conforme afirma o analista Matt Smith, da empresa de dados e análises sobre os mercados de commodities Kpler.
— Então, a menos que vejamos uma propagação geográfica das turbulências nos próximos dias, o aumento (nas cotações) provavelmente será de curta duração — resumiu Smith.