Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Hamas alerta para piora da crise humanitária em Gaza após enchentes

Hamas denuncia agravamento da crise humanitária em Gaza devido a enchentes e pede ajuda internacional para o inverno. Entenda a situação.

Terça, 25 de Novembro de 2025 às 13:15, por: CdB

O grupo denuncia o “cerco contínuo” de Israel e pede à comunidade internacional mais ajuda para o inverno.

Por Redação, com Europa Press – de Gaza

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) advertiu nesta terça-feira sobre o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza devido às inundações causadas pelas últimas chuvas, ao mesmo tempo em que pediu à comunidade internacional que “tome medidas sérias” para aumentar a entrega de ajuda para a chegada do inverno, especialmente em vista das restrições impostas por Israel.

Hamas alerta para piora da crise humanitária em Gaza após enchentes | Enchentes intensificam crise humanitária em Gaza, diz Hamas
Enchentes intensificam crise humanitária em Gaza, diz Hamas

– A Faixa de Gaza está passando por uma catástrofe (humanitária) crescente devido às últimas tempestades, que fizeram com que crianças, mulheres e doentes deslocados se afogassem em suas tendas, já que os abrigos básicos continuam indisponíveis – disse o porta-voz do grupo islâmico palestino Hazem Qasem.

Ele enfatizou que “o contínuo cerco sionista e os obstáculos à reconstrução, juntamente com a destruição em Gaza e as duras condições climáticas, significam a extensão da guerra genocida por meio do uso de outras ferramentas”, conforme relatado pelo jornal palestino ‘Filastin’.

– Pedimos à Liga Árabe, à Organização de Cooperação Islâmica (OIC) e às Nações Unidas que tomem medidas sérias para fornecer ajuda ao povo da Faixa de Gaza à medida que o inverno se aproxima, aumentando o sofrimento dos deslocados e elevando-o a níveis insuportáveis – disse ele.

O enclave palestino está passando por uma grave crise humanitária em decorrência da devastação causada pela ofensiva de Israel, lançada em resposta aos ataques de 7 de outubro de 2023, sem que um acordo em outubro para implementar a primeira fase da proposta dos EUA para Gaza tenha resultado no início de fluxos de ajuda em grande escala.

Hamas e Jihad Islâmica

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e a Jihad Islâmica entregaram o corpo de um dos israelenses sequestrados durante os ataques de 7 de outubro de 2023 ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na terça-feira, depois que a Jihad Islâmica anunciou sua localização na Faixa de Gaza na segunda-feira.

O exército israelense disse que o CICV confirmou que o caixão contendo os restos mortais foi entregue a Gaza, e seu comboio está indo para um ponto onde os militares estão posicionados para transferência para Israel para identificação.

De acordo com informações do jornal palestino ‘Filastin’, os restos mortais foram entregues a uma equipe do órgão internacional na cidade de Deir al-Bala’a, localizada no centro da Faixa, depois que o Hamas afirmou que eles seriam entregues às 16 horas (horário local), após a denúncia do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de uma “violação” do acordo firmado em outubro pelos “atrasos” na entrega desse cadáver.

Netanyahu havia indicado no início do dia que “o grave atraso” na transferência “imediata” para Israel do corpo encontrado na segunda-feira pela Jihad Islâmica “constitui uma nova violação do acordo”. “Israel exige o retorno imediato dos três reféns mortos ainda mantidos na Faixa de Gaza”, disse ele.

O braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas Al Quds, anunciou na segunda-feira a descoberta dos restos mortais de um dos sequestrados durante os ataques de 7 de outubro de 2023. Já se passaram quase duas semanas desde que as milícias palestinas entregaram o corpo do último refém ao CICV como parte do acordo para implementar a primeira fase da proposta dos EUA para Gaza.

A implementação desse acordo incluiu um cessar-fogo que entrou em vigor em 10 de outubro e a libertação dos 20 reféns ainda vivos e a entrega de 28 dos reféns mortos. Além disso, Israel libertou cerca de 2 mil palestinos mantidos em suas prisões e entregou mais de 300 corpos de palestinos que mantinha em seu poder desde os ataques e a subsequente ofensiva em Gaza.

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