O PPS está mais perto do que nunca de romper com o governo federal. No ato que marcou o apoio à candidatura de José Serra (PSDB) à prefeitura de São Paulo, o presidente do partido, deputado Roberto Freire (PE), voltou a bater duro na política econômica.
- Estamos discutindo a saída do governo - disse Freire, sem informar a data para essa decisão.
- A política econômica é inadmissível, vai nos levar ao desastre.
Freire apontou incoerência no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que promoveu, segundo ele, aumento do desemprego e, ao mesmo tempo, crescimento da renda das instituições financeiras.
Mesmo assim, diz o deputado, este governo pensa que a esquerda começou com ele. O PPS é o sucessor do antigo PCB.
Ele não quis comentar sobre a permanência no governo do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que pertence ao partido.
- Ele parece que condena a política econômica, pergunte a ele - afirmou o deputado.
Nos últimos dias, as conhecidas divergências entre Freire e Ciro sobre os rumos do PPS voltaram a ganhar espaço no noticiário.
Freire justificou a aliança com Serra pela trajetória de lutas conjuntas, mencionando a campanha das Diretas Já, a Anistia e a Constituinte de 1988.
Ele lembrou ainda do apoio do PCB à Serra quando presidia a União Nacional dos Estudantes nos anos 1960, mas não deixou de admitir que o PPS fez oposição ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Serra, por sua vez, mencionou que trata-se da retomada de uma aliança histórica, citando também o período em que presidiu a UNE.