O grupo tentava avançar pela parte sul da região, mas a marcha foi vista como ação orquestrada do presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, para tentar "atacar" os poloneses. Há meses, o país e a União Europeia estão reforçando a segurança na região por conta dessa migração incentivada por Minsk.
Por Redação, com ANSA - de Varsóvia
As forças policias e militares que estão na fronteira entre Polônia e Belarus barraram a entrada de centenas de imigrantes nesta segunda-feira. O grupo tentava avançar pela parte sul da região, mas a marcha foi vista como ação orquestrada do presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, para tentar "atacar" os poloneses. Há meses, o país e a União Europeia estão reforçando a segurança na região por conta dessa migração incentivada por Minsk. Estima-se que sejam 12 mil policiais na área. O ministro do Interior, Mariausz Blaszczak, afirmou que o governo "está pronto para defender a fronteira" e informou que uma reunião do comitê de crise foi instaurada. A Comissão Europeia também se manifestou sobre a "marcha" dos migrantes e disse que "essa é a execução de uma tentativa desesperada de Lukashenko de explorar pessoas para tentar desestabilizar a UE e os valores que defendemos". Segundo o porta-voz do bloco, Peter Stano, a Polônia tem rejeitado cerca de três mil pessoas por semana que tentam fazer a travessia ilegal entre os dois países. – A melhor maneira para gerir as fronteiras comuns é com recursos comuns. Por esse motivo, Frontex e Europol estão prontas a ajudar a Polônia com o registro nas fronteiras, a luta contra o tráfico de pessoas assim como fez em muitos outros lugares, inclusive na Lituânia e na Letônia – acrescentou Stano, dizendo ainda que o Conselho Europeu vai analisar possíveis novas sanções contra o regime de Minsk "levando em consideração novas ameaças". Quem também se manifestou sobre essa nova "marcha" foi a Organização do Atlântico do Tratado Norte (Otan), que ressaltou estar "preocupada com a nova escalação da crise na fronteira". – Pedimos que Belarus respeite o direito internacional. Nós estamos vendo uma onda de migrantes que buscam entrar em território aliado através de Belarus e a Otan continua a monitorar de perto a situação, que está colocando pressão sobre nossos aliados Lituânia, Letônia e Polônia – disse um representante, classificando ainda como "inaceitável" usar migrantes politicamente. A situação entre Belarus e Polônia se intensificou após o último pacote de sanções políticas e econômicas aplicadas contra o governo e aliados do governo Lukashenko. Para a UE - assim como Reino Unido e Estados Unidos -, o presidente do país é um ditador que fraudou as últimas eleições para permanecer no poder. Recentemente, uma operação da polícia polonesa entre os migrantes encontrou materiais de propaganda extremista islâmica, aumentando os temores de que Minsk está tentando infiltrar terroristas entre as pessoas que estão procurando por uma nova vida na Europa.