Operação Virtude, que combate a violência contra idosos, flagrou um asilo clandestino em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, com moradores vivendo em condições insalubres; local foi interditado e responsáveis, indiciados.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil, em conjunto com a Vigilância Sanitária e a Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável, resgatou 16 idosos que viviam em um asilo clandestino em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O local, segundo as autoridades, funcionava em condições insalubres e sem qualquer autorização para acolher pessoas idosas. O imóvel foi interditado, e os responsáveis, indiciados. A ação faz parte da Operação Virtude, que ocorre em outubro e tem como foco o combate à violência contra idosos.

Denúncia levou à descoberta
Os agentes da Delegacia de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) chegaram ao endereço, localizado na Estrada do Cabuçu, após denúncias de maus-tratos e abandono. No interior do imóvel, encontraram um cenário de descuido e risco: ambientes sujos, ventilação precária e idosos em situação de vulnerabilidade. Muitos estavam debilitados e necessitavam de cuidados médicos urgentes.
De acordo com as investigações, os moradores foram internados no local por familiares, que agora também podem responder por crime de abandono de pessoa idosa e exposição a risco à saúde. O Ministério Público e a Secretaria Municipal de Assistência Social foram acionados para acompanhar o destino das vítimas, que devem ser encaminhadas a instituições regulares e fiscalizadas.
Responsáveis serão punidos
A Secretaria de Envelhecimento Saudável informou que o asilo não possuía alvará e que já havia sido alvo de outras denúncias. Com a interdição, a prefeitura pretende reforçar as fiscalizações em casas de repouso da região, que registram aumento de denúncias nos últimos meses.
As investigações continuam para apurar se houve desvio de recursos ou negligência médica. A Operação Virtude, da qual a ação faz parte, acontece em todo o país durante o mês de outubro, promovendo tanto ações de repressão quanto campanhas de conscientização sobre os direitos das pessoas idosas e a responsabilidade das famílias e do Estado em garantir sua proteção.
Autoridades reforçam que denúncias de maus-tratos ou suspeitas de irregularidades em abrigos podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 100, canal do governo federal destinado à proteção de grupos vulneráveis.
Outros casos
Infelizmente, o caso do asilo fechado hoje não é novidade no Rio de Janeiro e outras ações semelhantes vêm se tornando cada vez mais frequentes. Só este ano, pelo menos quatro locais foram interditados pelas autoridades. Chama a atenção o fato de quase todas terem sido também em Campo Grande.
No dia 29 de maio, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa de Terceira Idade (Deapti), interditou um asilo clandestino localizado em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A ação conjunta com a Vigilância Sanitária e a Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável resultou no resgate de 10 idosos mantidos em condições precárias e em um ambiente inadequado para instituição de longa permanência de idosos (ILPI).
Em julho, um espaço foi fechado em Santa Cruz pelo mesmo motivo. Durante uma operação da Prefeitura do Rio, 35 idosos foram encontrados em situação de maus-tratos em um asilo clandestino. Alguns estavam amarrados, com sinais de violência, e apresentavam quadros de desnutrição severa. Segundo as informações, o local funcionava sem alvará, sem equipe técnica adequada e sem condições mínimas de higiene e alimentação.
Em setembro, agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa de Terceira Idade (Deapti) interditaram um asilo clandestino em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. No local, foram encontrados 16 idosos vivendo em situação insalubre. O imóvel, localizado em Inhoaíba, funcionava sem alvará nem qualquer documentação necessária.
No último dia 23, um asilo clandestino em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi interditado após a morte de uma idosa que vivia no local. A dona do estabelecimento foi presa por agentes da 22ª DP (Penha), acusada de colocar em risco a vida dos internos.