A polícia na França prendeu nesta terça-feira um homem e uma mulher suspeitos de serem líderes do grupo separatista basco ETA. O casal - Juan Antonio Olarra Guribi e Ainhoa Mugica - foi preso próximo a Bordeaux, no sudoeste da França, numa operação conjunta da polícia francesa e espanhola. De acordo com a imprensa espanhola, os dois suspeitos foram da Espanha para a França em 1996, de onde passaram a comandar várias operações do ETA. O grupo separatista já foi responsável pela morte de 836 pessoas e feriu mais de 2, 3 mil desde 1968, numa campanha pela independência da região basca, no norte da Espanha e no sudoeste da França. Prisões significativas Essas foram as prisões mais significativas de suspeitos de integrar o ETA realizadas neste ano. As autoridades espanholas consideraram as prisões uma grande vitória do governo do primeiro-ministro José María Aznar. Claire Marshall, correspondente da BBC na região, diz que Olarra era considerado o atual líder militar do ETA - desde a prisão do chefe militar do grupo, Francisco Javier Garcia Gaztelu, em fevereiro do ano passado. Ainhoa Mugica é acusada de fazer parte de um dos crimes mais expressivos do ETA: o assassinato do ex-chefe de Justiça da Corte Constitucional da Espanha Francisco Tomas y Valiente, em 1996. O governo de Aznar vem liderando uma campanha para isolar o partido radical nacionalista Batasuna, o braço político do ETA, depois que o partido foi banido por decisão judicial. Nos últimos meses, o ETA foi acusado de uma série de ataques a bomba com o objetivo de acabar com a indústria de Turismo espanhola. Aznar ficou furioso quando o Batasuna recusou-se a condenar a explosão de um carro-bomba no resort de Santa Pola, há um mês, que matou uma menina de 6 anos e um homem de 57 anos. Aznar prometeu perseguir o braço político do ETA. O Batasuna declarou que a contínua violência na Espanha é resultado do governo conservador de Aznar.
Polícia prende supostos líderes do ETA na França
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Terça, 17 de Setembro de 2002 às 20:29, por: CdB