Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

Polícia cerca comunidade do Moinho em SP e afeta moradores

Conflito na favela do Moinho em SP: moradores resistem à demolição de casas e enfrentam violência policial. Saiba mais sobre a situação.

Terça, 13 de Maio de 2025 às 14:38, por: CdB

Os ataques começaram após os moradores resistirem à demolição de algumas casas dentro da favela, a última da região central da capital paulista.

Por Redação, com Brasil de Fato – de São Paulo

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) voltou à favela do Moinho, na manhã desta terça-feira, com a Polícia Militar, que atacou os moradores com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. A reportagem do Brasil de Fato viu um bebê passando mal após inalar a fumaça.

Polícia cerca comunidade do Moinho em SP e afeta moradores | Morador da favela do Moinho, na região central de São Paulo (SP), é agredido por policiais durante protesto contra demolição de casas na comunidade
Morador da favela do Moinho, na região central de São Paulo (SP), é agredido por policiais durante protesto contra demolição de casas na comunidade

Os ataques começaram após os moradores resistirem à demolição de algumas casas dentro da favela, a última da região central da capital paulista. O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia se comprometido com as famílias que as casas só seriam derrubadas quando a comunidade fosse removida.

No entanto, na segunda-feira a CDHU, apoiada pela PM, começou as demolições das moradias que já estão sem ocupantes. A comunidade se preocupa com a ação, pois as casas vizinhas dos imóveis demolidos ficam com a estrutura fragilizada após a intervenção de tratores.

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Cerca de 840 famílias vivem no local

De acordo com a CDHU, 168 famílias já deixaram seus imóveis e aderiram ao acordo com o governo de São Paulo. A comunidade confirmou ao Brasil de Fato que 150 famílias já saíram da favela. Cerca de 840 famílias vivem no local.

– É muita truculência aqui dentro. É policial batendo em pai de família. A gente tinha um acordo com a CDHU e esse acordo foi quebrado ontem – denuncia Maria Alves Rodrigues, cozinheira e moradora do Moinho há 17 anos.

– Na segunda foi um show de horror, com os moradores perdendo suas coisas porque não tinham sido avisados com antecedência. A sanha de Tarcísio em fazer limpeza social para favorecer a especulação imobiliária passou de todos os limites. A PM, mais uma vez, está usando de violência para intimidar os moradores – afirmou a deputada estadual Ediane Maria (Psol), que acompanha a ação no local.

Um morador, que não foi identificado pela reportagem, foi preso durante a ação da Polícia Militar e da CDHU. A informação é que ele havia sido conduzido para a 2º Delegacia de Polícia, que fica no Bom Retiro, bairro vizinho à favela do Moinho. Mais cedo, ele já havia sido vítima de agressões dos policiais.

Em protesto, os moradores acenderam uma fogueira na entrada da favela e fecharam a linha de trem que passa dentro da comunidade.

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