Nesta manhã, a Petrobrás informou que a justiça acatou a liminar para a reintegração de posse. Segundo informações de pessoas que estão na ocupação, o documento dá o prazo de 24 horas para que as família saiam do local.
Por Redação - de Itaguaí - RJ
A incursão de um grupamento da Polícia Militar a um acampamento de sem-teto no interior do Estado do Rio gerou, neste sábado, o protesto de instituições que cuidam dos Direitos Humanos. Segundo nota do Acampamento de Refugiados Primeiro de Maio, em Itaguaí, região metropolitana no Rio de Janeiro, cerca de 400 famílias ocupam um terreno da Petrobras em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Nesta manhã, a Petrobras informou que a justiça acatou a liminar para a reintegração de posse. Segundo informações de pessoas que estão na ocupação, o documento dá o prazo de 24 horas para que as família saiam do local, mas o governador do Estado, Cláudio Castro, já enviou a Polícia Militar para o local.
Líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) estão no local, com o objetivo de evitar uma nova tragédia.
Genocídio
Segundo organizadores do Acampamento, “somos refugiados da fome, falta de vacina, miséria, desemprego e pandemia. Acreditamos que nossa iniciativa enquanto povo em luta, é a nossa maior chance de sobrevivência”.
“Essa terra que hoje ocupamos, é grande o suficiente para garantir o distanciamento social que requer a atual crise sanitária que já matou mais que 400 mil pessoas, mas a pandemia para os pobres é muito mais mortal e abrangente que para os que possuem um local para se abrigar e se cuidar…
Tragédia
“A palavra de ordem ‘fica em casa’ só faz sentido se houver uma casa para cada família, do contrário, ficar em casa passa a ser o próprio suicídio, o povo quando tem alguma moradia, ela é precária e pequena podendo abrigar uma única família, mas na atual conjuntura de desempregado e falta de política habitacional, as pessoas estão perdendo seus empregos, deixando de pagar seus alugueis, geralmente voltando a casa dos pais que acabam abrigando filhos e filhas que possuem suas próprias famílias, condenando a todos em ambiente pequeno e insalubre, agravado pela pandemia da covid-19 que contamina a todos nessas aglomerações.
“O Movimento do Povo propõe a instalação de campos de refugiados, para salvar a população mais pobre, onde estávamos, cozinhas, banheiros e tudo o mais que se faz preciso para não morrermos nessa tragédia que chamamos de genocídio e que no Brasil tem como suas maiores e principais vítimas, pobres, negros e indígenas”, acrescenta.
A reportagem do Correio do Brasil busca contato com a PM, mas não obteve sucesso até o fechamento dessa matéria.