A operação teve início depois que o presidente do STF, ministro Luiz Fux, suspendeu a decisão de Marco Aurélio Mello, apenas algumas horas após a soltura de Macedo. O magistrado havia concedido habeas corpus para Macedo sob argumento de que o período que ele estava preso sem condenação definitiva excedia o permitido por lei.
Por Redação - de Brasília
Depois de perder prazo em um processo contra o maior traficantes de drogas do país, libertado na véspera por ordem do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Estado de São Paulo procuravam, neste domingo, por André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap. O traficante, condenado por tráfico de drogas, é apontado como um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e passou quatro anos foragido da Justiça.
A operação teve início depois que o presidente do STF, ministro Luiz Fux, suspendeu a decisão de Marco Aurélio Mello, apenas algumas horas após a soltura de Macedo. O magistrado havia concedido habeas corpus para o megatraficante sob argumento de que o período que ele estava preso sem condenação definitiva excedia o permitido por lei.
Macedo foi condenado duas vezes em segunda instância por tráfico internacional de drogas e teve prisão preventiva decretada em 2014. No entanto, ficou foragido por cinco anos até ser preso no ano passado em uma operação policial que o encontrou vivendo em uma mansão em Angra dos Reis.
Foragido
Ao atender recurso da Procuradoria-Geral da República contra decisão de Marco Aurélio, Fux apontou que a soltura de Macedo compromete a ordem e a segurança públicas, que ele é de “comprovada altíssima periculosidade” e lembrou se tratar de alguém com dupla condenação por tráfico de drogas, investigado por alegadamente ser líder de facção criminosa e ficou foragido por cinco anos.
“Consideradas essas premissas fáticas e jurídicas, os efeitos da decisão liminar proferida..., se mantida, tem o condão de violar gravemente a ordem pública, na medida em que o paciente é apontado líder de organização criminosa de tráfico transnacional de drogas”, escreveu Fux ao determinar a suspensão da decisão de Marco Aurélio até análise pelo plenário da corte.
De acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, a polícia de São Paulo monitorou Macedo após sua saída do presídio de Presidente Wenceslau, no interior do Estado. Ele seguiu até Maringá, no Paraná, e embarcou em um avião cujo destino ainda não é conhecido.
Perplexidade
Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança de Segurança Pública não confirmou a informação. O PCC tem operações no Paraguai, país com o qual o Paraná faz fronteira.
Na noite de sábado, em sua conta no Twitter, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou a decisão de Marco Aurélio, apontando-a como um desrespeito ao trabalho da polícia.
“Causa perplexidade a decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello, que determinou a libertação do traficante André Macedo, chefe do PCC condenado a 27 anos de prisão. O ato foi um desrespeito ao trabalho da polícia de SP e uma condescendência inaceitável com criminosos”, escreveu Doria.
Pouco depois, com a suspensão da decisão por Fux, o governador voltou à rede social e disse que determinou a criação de uma força-tarefa para a recaptura de Macedo.
“Parabéns ao presidente do STF, ministro Luiz Fux, por cassar decisão do ministro Marco Aurélio Mello, que libertou o chefe do PCC, o criminoso André do Rap. Determinei força-tarefa da polícia de SP para colocar esse bandido novamente atrás das grades. Lugar de bandido é na cadeia!”, concluiu.