Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

PF prende bolsonaristas suspeitos de ato golpista com vandalismo em Brasília

Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.

Quinta, 29 de Dezembro de 2022 às 07:42, por: CdB

Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.

Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília

A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagraram, nesta quinta-feira, uma operação contra suspeitos de participarem de uma tentativa de invasão à sede da Polícia Federal e de realizarem atos de vandalismo em Brasília (DF), em 12 de dezembro.

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Investigações tiveram início depois da tentativa de invasão à sede da Polícia Federal por bolsonaristas

Ao todo, as corporações cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e nos seguintes estados: Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.

Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.

A operação ganhou o nome de Nero, em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma.

Invasão à sede da PF

Segundo a PF, as investigações tiveram início depois da tentativa de invasão à sede da PF. À ocasião, bolsonaristas tentaram resgatar um homem preso pela instituição, no dia 12 de dezembro. Sem sucesso, iniciaram ataques de vandalismo na capital.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, oito veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.

De acordo com a Polícia Federal, "o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo".

Bolsonaristas acampados

Segundo a TV Globo, entre os alvos da operação desta quinta-feira estão bolsonaristas que participaram dos atos no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília, que pedem um golpe militar para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Os três detidos até a manhã desta quinta foram identificados como Klio Damião Hirano, Átila Mello e Joel Pires Santana. Mello foi preso na cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

Já Hirano foi presa em Brasília e também esteve no acampamento em frente ao Quartel-General, segundo postagens dela mesma nas redes sociais. Em um vídeo feito em 12 de dezembro, ela aparece em frente à sede da PF pedindo aos "defensores da pátria" que se dirijam ao local.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou a operação da PF nesta quinta-feira.

– As ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo – declarou nas redes sociais.

Segurança reforçada para posse de Lula

Em meio à escalada da violência em atos bolsonaristas antidemocráticos, que vêm ocorrendo no país desde a derrota de Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais, a segurança para a cerimônia de posse de Lula em 1º de janeiro foi reforçada.

Na quarta-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu temporariamente as autorizações de porte e transporte de armas de fogo e de munições em todo o Distrito Federal até 2 de janeiro. Como justificativa, ele mencionou os atos violentos ocorridos em Brasília.

O mais recente deles envolveu um bolsonarista que foi preso após plantar um artefato explosivo nos arredores do aeroporto da capital federal. O artefato foi desativado pelo esquadrão antibombas da Polícia Militar sem causar estragos.

O suspeito, um empresário paraense de 54 anos, foi preso na véspera de Natal e havia viajado a Brasília para participar dos atos antidemocráticos.

Segundo a polícia, ele confessou a intenção de detonar o artefato no aeroporto. O suspeito ainda estava em posse de um arsenal de duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento do suspeito, ainda foram encontradas outras cinco emulsões explosivas, do tipo usado em detonações em atividades de mineração.

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