Além do esquema popularmente conhecido como “rachadinha”, a PF constatou fortes indícios de fraude na licitação da locação do prédio comercial da ALAP, com a existência de aluguel do local onde funciona a Escola do Legislativo.
Por Redação, com ACS - de Brasília
A PF deflagrou na manhã desta sexta-feira, a Operação Double Crack*, que apura desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá (ALAP), em suposto esquema de “rachadinha”, prática ilegal na qual ocorre transferência de parte ou de todo o salário do servidor para o parlamentar a partir de um acordo anteriormente estabelecido. Cerca de 50 policiais federais cumpriram 18 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal de Justiça no Estado do Amapá (TJAP), todos na capital, contra dois parlamentares estaduais, bem como assessores que trabalham nos gabinetes dos respectivos deputados. Além do esquema popularmente conhecido como “rachadinha”, a PF constatou fortes indícios de fraude na licitação da locação do prédio comercial da ALAP, com a existência de aluguel do local onde funciona a Escola do Legislativo. A investigação teve início após a Operação Chão de Vidro, deflagrada em março de 2020, que investigou possível compra de votos nas eleições de 2018. O desvio de parte das remunerações era realizado por uma investigada que possuía diversos parentes ligados ao gabinete de parlamentar estadual, sendo a responsável por cooptar pessoas de sua confiança, que em contrapartida repassavam a maior parte do que recebiam da ALAP para a organização criminosa. Em um dos casos, um assessor que possuía remuneração de R$ 8.354,24 chegou a repassar mensalmente R$ 7,4 mil. A PF identificou ao menos 33 assessores que agiam no esquema das “rachadinhas”. Porém, atualmente apenas 14 permanecem em suas funções. As investigações ainda identificaram fortes indícios de que parlamentar também recebiam parte da remuneração de assessores de outro parlamentar, em uma espécie de “rachadinha” paralela. A PF constatou indícios de que a organização criminosa recebia dos cofres da ALAP, apenas com desvio dos salários dos assessores, o valor mensal de R$ 154.180,00. Parte desse valor era utilizado para o pagamento de despesas pessoais do parlamentar.