Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

PF deflagra operação contra desvios de verba da saúde de São Gonçalo

Os serviços prestados por tais empresas não recebiam fiscalização efetiva da OSS ou de órgãos públicos, o que indica pessoalidade na contratação das empresas e superfaturamento na prestação de serviços.

Quinta, 07 de Março de 2024 às 11:34, por: CdB

Os serviços prestados por tais empresas não recebiam fiscalização efetiva da OSS ou de órgãos públicos, o que indica pessoalidade na contratação das empresas e superfaturamento na prestação de serviços.

Por Redação, com ACS - de Rio de Janeiro

Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Esculápio com o objetivo de apurar possíveis desvios de recursos públicos federais destinados à saúde do município de São Gonçalo/RJ, por meio de uma Organização Social de Saúde (OSS) contratada pela referida Prefeitura desde 2016.

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A investigação estima um prejuízo nas contas públicas superior a R$ 10 milhões

Na ação desta quinta, cerca de 70 policiais federais e 15 auditores da CGU cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Segunda Vara Federal de Niterói/RJ, nos municípios de Niterói, São Gonçalo, Rio de Janeiro, Cabo Frio/RJ, Sorocaba/SP e Santos/SP, contra pessoas físicas e jurídicas.

A investigação, conduzida pela Delegacia da PF em Niterói e aprofundada por meio da atuação da CGU, apontou que a OSS em questão subcontratava empresas ligadas aos secretários de saúde para fornecer médicos sem a devida cotação de preços, com indícios de fornecimento de médicos fantasmas.

Os serviços prestados por tais empresas não recebiam fiscalização efetiva da OSS ou de órgãos públicos, o que indica pessoalidade na contratação das empresas e superfaturamento na prestação de serviços.

Contratação de serviços

Constatou-se, ainda, que houve contratação de serviços de exames laboratoriais e análises clínicas sem concorrência licitatória, com indícios de superfaturamento, entre outras possíveis irregularidades e fraudes. A CGU indicou superfaturamento mensal na ordem de R$ 300 mil, e a investigação estimou um prejuízo total superior a R$ 10 milhões em recursos públicos destinados à saúde.

Atualmente, a referida OSS é responsável pela gestão de três unidades de saúde municipais, e as empresas subcontratadas por ela e relacionadas aos gestores públicos receberam cerca de R$ 70 milhões entre 2020 e o final de 2023.

Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, peculato-desvio e lavagem de dinheiro, sem prejuízo de eventuais outros crimes que possam surgir no decorrer da investigação.

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