Uma elevação ainda maior foi evitada após a Alemanha ter negado a possibilidade de um veto aos suprimentos russos, dada a sua natureza “essencial” para a economia europeia. Mesmo com a guerra na Ucrânia, a Alemanha continua importando gás da Rússia pelo gasoduto Nord Stream 1.
Por Redação, com agências internacionais - de Berlim
Após o anúncio da decisão por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido de suspender a importação de gás e petróleo da Rússia, a União Europeia se viu pressionada a seguir em direção semelhante, mas a curto prazo a suspensão seria inviável. Na véspera, o óleo do tipo Brent subiu cerca de 7%, ultrapassando a marca de US$ 130 por barril em função especialmente do veto norte-americano, ficando, contudo, aquém dos níveis de segunda-feira, quando atingiu seu maior patamar desde 2008.
Uma elevação ainda maior foi evitada após a Alemanha ter negado a possibilidade de um veto aos suprimentos russos, dada a sua natureza “essencial” para a economia europeia. Mesmo com a guerra na Ucrânia, a Alemanha continua importando gás da Rússia pelo gasoduto Nord Stream 1, cuja distribuição Moscou ameaçou cortar na terça-feira, como resposta às sanções. Putin chegou a assinar no final do dia um decreto para proibir as exportações de alguns produtos e matérias-primas que serão explicitados nos próximos dois dias.
Dependência
Segundo especialistas consultados pelo jornal espanhol El Diario, hoje seria impossível uma suspensão da importação russa em meio à pior crise energética vivida pelo continente nas últimas décadas. Aproximadamente 40% do gás e 25% do petróleo consumidos pela União Europeia vêm da Rússia.
No domingo, a CEO da Engie francesa, Catherine MacGregor, disse em uma entrevista ao site de notícias Les Echos que a Europa não tem capacidade de abrir mão do gás vindo da Rússia do dia para a noite.
— Sem o gás russo, entramos em um cenário extremo. Os recursos disponíveis são limitados e insuficientes para substituir completamente o gás que estamos recebendo da Rússia — disse. A dependência, lembrou ela, “é de 100% em certos países do Leste Europeu” e um corte de oferta “teria consequências sérias e muito rápidas”.