A declaração constou do discurso de abertura da teleconferência com analistas para detalhar o lucro de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre de 2022, que motivou anúncio de distribuição de R$ 48,5 bilhões em dividendos aos acionistas.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Apesar das reclamações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre os elevados lucros da Petrobras, o presidente da estatal, José Mauro Coelho, manterá a política de preços dos combustíveis da companhia, segundo afirmou ao mercado, em encontro realizado nesta sexta-feira.
— Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado, condição necessária para a geração de riqueza não só para a companhia mas para toda a sociedade brasileira, fundamental para atrair investimentos para o país e para garantir o suprimento de derivados que o Brasil precisa importar — afirmou.
A declaração constou do discurso de abertura da teleconferência com analistas para detalhar o lucro de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre de 2022, que motivou anúncio de distribuição de R$ 48,5 bilhões em dividendos aos acionistas.
Combustíveis
Pouco antes da divulgação do resultado, na véspera, Bolsonaro disse em sua transmissão ao vivo pela internet, que os elevados lucros da Petrobras são um "estupro" e que um novo reajuste nos preços dos combustíveis pode quebrar o país.
— A gente apela para a Petrobras: 'não reajuste o preço dos combustíveis'. Vocês estão tendo um lucro absurdo. Se continuar tendo lucro dessa forma e aumentando o preço dos combustíveis, vai quebrar o Brasil — disse, sem efeito, o presidente.
Os elevados lucros da estatal têm sidoi alvo de críticas tanto no governo quanto na oposição, diante da alta dos preços dos combustíveis no país. Empresas de transporte público, por sua vez, divulgaram nota ameaçando tirar ônibus de circulação fora dos horários de pico no caso de uma nova alta do diesel.
Abastecimento
A Petrobras, por sua vez, também é alvo do setor de combustíveis, que reclama da falta de reajustes e consequente defasagem em relação aos preços internacionais. Esse cenário estaria provocando um "racionamento seletivo", ao prejudicar empresas de menor porte, incapacitadas de importar.
A preocupação com o abastecimento é um dos argumentos que vem sendo repetido por Coelho em defesa da política de preços, desde que ele ainda ocupava um cargo no Ministério de Minas e Energia (MME). Nesta sexta-feira, ele voltou a lembrar que o Brasil depende de diesel e gasolina importados.