A Petrobras promoveu nesta quinta-feira, como parte das comemorações pelos seus 50 anos de fundação, o pré-lançamento do Catálogo Raisonné de Candido Portinari - o maior pintor brasileiro de todos os tempos e um dos maiores artistas do século XX.
"Candido Portinari - Catálogo Raisonné", é uma iniciativa inédita e sem precedentes na América Latina, resultado de 25 anos de trabalho sobre um projeto criado e dirigido por João Candido Portinari - filho do pintor - que reúne, em 2.500 páginas, divididas em cinco volumes com cerca de 500 páginas cada, 4.991 obras do pintor, todas explicadas e identificadas cronologicamente.
O catálogo apresenta e identifica 464 temas na obra de Portinari, entre as quase cinco mil relacionadas e que vão desde o seu primeiro desenho, aos 11 anos de idade - um retrato do maestro Carlos Gomes - até a última obra - a tela Índia Carajá, que ficou inacabada, em razão da morte do artista em 1962.
Um verdadeiro milagre, que só a solidariedade do povo brasileiro permitiu a concretização, como admite o próprio filho do pintor, João Candido Portinari.
- Eu sinto, quando olho para trás nestes 25 anos, que a reconstituição da obra de meu pai foi um milagre e que esse milagre se deve essencialmente à solidariedade maciça do povo brasileiro com relação a nosso trabalho. Nós tivemos apoios extraordinários, apoios em que eu não conheço nenhum caso semelhante no primeiro mundo - nem na Europa e nem nos Estados Unidos - afirmou.
Na avaliação de João Candido, a inexistência de experiências neste sentido na América Latina só aumentou as dificuldades para a elaboração do catálogo, cujo lançamento oficial se dará no próximo dia 27, durante a 26ª Bienal Internacional de São Paulo, na presença de representantes de 60 países.
Candido lembra que o catálogo Raisonné exibe a cronologia da produção do artista que, no caso de Portinari, envolve cinco mil obras - metade das quais sequer tinha data.
Isto significa que cerca de 2.500 trabalhos tiveram que ser cruzados um a um com outros cerca de 30 mil documentos que possuíamos - às vezes uma carta, um recorte de jornal, um depoimento, uma fotografia de época - em busca de informações que datassem determinada obra.