O comercial marcou a campanha pelo 70º aniversário da Petrobras, celebrado este ano, e sua exibição inédita e mais rentável na história da emissora de ultradireita foi o resultado de uma negociação direta entre a Petrobras e o grupo que, em 2016, liderou o golpe de Estado que terminou na cassação da presidenta Dilma Rousseff (PT).
Por Redação - do Rio de Janeiro
A estatal brasileira do petróleo mostrou que está disposta a abrir os cofres pela comemoração de seus 70 anos até mesmo para seus adversários mais evidentes. E, para não deixar dúvidas, contratou 120 segundos em horário nobre da TV Globo, o mais caro do país. A iniciativa custou cerca de R$ 4 milhões, a preço de tabela.
O comercial marcou a campanha pelo 70º aniversário da Petrobras, celebrado este ano, e sua exibição inédita e mais rentável na história da emissora de ultradireita foi o resultado de uma negociação direta entre a Petrobras e o grupo que, em 2016, liderou o golpe de Estado que terminou na cassação da presidenta Dilma Rousseff (PT).
Sob o item "golden break duplo", o anúncio teve o dobro do tempo geralmente alocado para comerciais nesse espaço, que costumam durar apenas 30 segundos ou, no máximo, um minuto. Conforme as informações disponíveis na tabela comercial da Globo, um ‘golden break’ de um minuto no Jornal Nacional tem um custo aproximado de R$ 1,9 milhão.
Bolsonaro
Mas a Petrobras contratou o dobro do tempo, com um desembolso de cerca de R$ 3,8 milhões para a emissora do grupo de comunicação de propriedade da família Marinho. Sob o título "A Energia do Amanhã", o comercial foi produzido pela agência norte-americana Ogilvy e sugere uma viagem no tempo, com os momentos mais marcantes nas sete décadas existência da empresa criada na gestão do presidente Getúlio Vargas.
O comercial gerou polêmica nas redes sociais. De um lado, setores da direita questionaram a parceria entre a Globo e o governo Lula. De outro, setores progressistas também se espantaram com investimento feito pelo governo Lula numa empresa que negou a viabilidade do pré-sal e sempre atacou a Petrobras, como no apoio irrestrito e até certo ponto criminoso durante a Operação Lava Jato, que teve seu ponto alto na prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu consequente afastamento das eleições de 2018, com a vitória de Jair Bolsonaro (PL).