Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Pesquisa sobre decomposição de proteínas ganha Nobel de Química

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Quarta, 06 de Outubro de 2004 às 07:25, por: CdB

Dois israelenses e um norte-americano ganharam o prêmio Nobel de Química nesta quarta-feira por ajudar a compreender como o corpo humano dá o "beijo da morte" a proteínas indesejadas, a fim de se proteger de doenças como o câncer.

Os israelenses Aaron Ciechanover e Avram Hershko e o norte-americano Irwin Rose foram agraciados com o prêmio por pesquisas realizadas nos anos 1980 e que podem ajudar no tratamento de doenças como a leucemia e a fibrose cística ao identificar o mecanismo usado pelo corpo para decompõe proteínas indesejadas.

- Quando o processo de decomposição não funciona corretamente, ficamos doentes. O câncer cervical e a fibrose cística são dois exemplos disso - afirmou a Academia do Nobel ao anunciar o prêmio. Segundo o órgão, tais pesquisas "oferecem uma oportunidade de desenvolver remédios de combate a esses males e a outros semelhantes".

Os cientistas descobriram que as proteínas indesejadas, capazes, por exemplo, de levar a erros na multiplicação das células, são "marcadas" para destruição com uma molécula chamada ubiquitina. Isso as envia para unidades de "processamento de lixo", chamadas proteossomos, onde são divididas em pequenos pedaços.

- Não somos uma estrutura que permanece parada. Estamos o tempo todo trocando nossas proteínas, sintetizando-as e destruindo-as - disse Ciechanover à Reuters.

- Algumas proteínas se estragam. Descobrimos o processo pelo qual o corpo exerce o controle de qualidade - explicou

Lars Thelander, da Comissão do Nobel de Química, disse que o trabalho dos três era muito relevante nas pesquisas sobre câncer. Segundo Ciechanover, as descobertas já teriam permitido "o desenvolvimento de vários remédios de combate a doenças degenerativas e a outras doenças".

O mecanismo de reprocessamento das proteínas é "absolutamente fundamental", afirmou John Mayer, biólogo celular da Universidade Nottingham (Grã-Bretanha). "Não há nada na célula que consiga funcionar sem a ajuda da ubiquitina ou um de seus primos", acrescentou.

Ciechanover e Hershko, ambos da Technion, em Haifa (Israel), e Rose, da Universidade da Califórnia em Irvine (EUA), dividirão o prêmio de 1,36 milhão de dólares.

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