Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em todas as capitais, divulgada nesta quarta-feira, revela que mais da metade dos brasileiros adultos (53%) possuía alguma compra parcelada no último mês de março. Isso significa que, aproximadamente, 82,7 milhões de brasileiros estão com ao menos parte do orçamento comprometido para pagar compras feitas no cartão de crédito.
Por Redação - de São Paulo
Sem liquidez e diante de uma crise econômica mais prolongada do que se previa, no início do ano, os consumidores brasileiros estão cada vez mais pessimistas e, por isso, têm buscado dividir o valor das compras no maior espaço possível. Hoje em dia, parcelar uma compra em vários meses é um hábito comum entre os brasileiros.
Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em todas as capitais, divulgada nesta quarta-feira, revela que mais da metade dos brasileiros adultos (53%) possuía alguma compra parcelada no último mês de março. Isso significa que, aproximadamente, 82,7 milhões de brasileiros estão com ao menos parte do orçamento comprometido para pagar compras feitas no cartão de crédito, cartão de loja, crediário ou cheque pré-datado.
Ruim
Cerca de um terço (31%) das pessoas ouvidas no levantamento disse estar livre de compras parceladas, mas outros 16% não souberam responder quantas prestações tiveram para pagar no último mês. Em média, os consumidores com alguma compra parcelada demorarão cinco meses para que as prestações sejam totalmente quitadas. Esse tempo mais do que dobra quando se trata de empréstimos (11 meses) e dos financiamentos (12 meses).
Ainda segundo a pesquisa da da CNDL e do SPC Brasil, o Índice de Confiança do Consumidor desabou 4,3% entre janeiro e abril, ficando em 46,9 pontos (era 49 em janeiro) e o percentual de brasileiros otimistas com a economia, considerando-se aqueles que acreditam que a situação vai melhorar nos próximos seis meses, despencou de 39% para 26% no mesmo período. Ainda segundo o levantamento, 61% consideram o momento econômico ruim ou muito ruim e apenas 7% acham que a situação é boa ou muito boa.
A queda no indicador é atribuída à situação financeira da população, ao desemprego – que alcança 13,4 milhões de trabalhadores -, aumento do custo de vida e queda no rendimento familiar. Segundo o estudo, 38% dos brasileiros avaliam suas condições financeiras como ruim, contra apenas 13% do que dizem estar bem neste quesito.
Melhora
Para 39% dos entrevistados, o desemprego deve permanecer no patamar atual até o próximo semestre, enquanto 15% acredita que o número de trabalhadores desempregados deve crescer. Outros 41% dizem temer pelo futuro do próprio emprego nos próximos meses.
A pesquisa também aponta para um crescimento da percepção do peso da inflação no Governo Bolsonaro sobre o consumidor. Ao todo, 65% dos entrevistados afirmaram que a inflação cresceu nos últimos três meses. Já para outros 20% o custo inflacionário permaneceu estável.
A pesquisa apontou, ainda, uma divisão sobre o que o consumidor espera da economia para os próximos seis meses. De acordo com a sondagem, 26% dos brasileiros se mostram pessimistas e outros 43% avaliam que a situação deve permanecer como registrado atualmente, ou seja, sem melhoras ou pioras no atual quadro de depressão econômica. Já para outros 26%, a situação deve apresentar alguma melhora nos próximos seis meses.