A quarta-feira no Peru foi de passeatas, bloqueios de estradas e manifestações contra a política econômica do presidente Alejandro Toledo, na primeira greve geral do país desde 1999.
As autoridades disseram que nove pessoas foram presas por desordem. Segundo a imprensa, houve oito feridos, incluindo dois bebês. O governo de Toledo tem três anos, e seguiu-se ao domínio de dez anos do presidente Alberto Fujimori, que renunciou e se refugiou no Japão.
Houve um confronto entre manifestantes e a polícia ao norte de Lima, onde uma estrada foi bloqueada, segundo a rádio RPP. Índios aimarás bloquearam rodovias perto da fronteira com a Bolívia, no sul do país, próximo ao local onde uma multidão linchou um prefeito acusado de corrupção em abril.
Em Lima, foram realizadas passeatas e estava prevista uma grande manifestação. A greve de 24 horas foi convocada pelo maior sindicato peruano, a Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru, para protestar contra o governo de Toledo e suas políticas econômicas, que não estariam beneficiando os pobres.
O maior partido de oposição, a Aliança Revolucionária Popular Americana, também apoiava o protesto. Seu líder, Alan García, disse esperar que o governo dê atenção às críticas.
O ministro do Interior, Javier Reategui, cancelou as folgas e colocou 93 mil policiais em alerta. Seiscentos soldados foram destacados para guardar instalações essenciais, como centrais elétricas e hospitais, para tentar evitar a repetição do tumulto que atingiu a cidade de Ayacucho este mês, com saques e depredações.
O setor de transporte não havia aderido à greve. Segundo Reategui, cerca de metade do transporte funcionava normalmente na capital, Lima. Algumas lojas e escolas estavam abertas, mas havia informações contraditórias sobre a situação nas províncias. Em Lima e na cidade de Piura, ao norte, testemunhas viram escritórios da principal empresa telefônica, a Telefónica, lacrados com barras de madeira.
O governo fez um apelo para que os trabalhadores esperem o final da Copa América de futebol para realizar protestos, mas os líderes sindicais recusaram.