Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Pequim acusa EUA de atacar empresas de defesa por meio cibernético

Autoridades chinesas alegam que os EUA intensificaram ciberespionagem contra setores de alta tecnologia, visando informações militares críticas.

Sexta, 01 de Agosto de 2025 às 11:49, por: CdB

Segundo o texto, estas ações teriam como objetivo obter informação classificada relacionada com o desenho, o desenvolvimento e a produção de tecnologia militar.

Por Redação, com Lusa – de Washington, Pequim

Autoridades chinesas acusaram as agências de informação norte-americanas de terem intensificado, nos últimos anos, operações de ciberespionagem contra instituições e empresas ligadas a setores de alta tecnologia, sobretudo na área da defesa.

Pequim acusa EUA de atacar empresas de defesa por meio cibernético | Documento divulgado cita nesta sexta-feira cita dois casos específicos
Documento divulgado cita nesta sexta-feira cita dois casos específicos

Um comunicado divulgado nesta sexta-feira pelo Centro Nacional de Resposta a Emergências de Internet da China (CNCERT), organismo dependente do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, informa que foram detectados ataques dirigidos contra universidades, institutos de investigação e empresas do complexo militar-industrial.

Segundo o texto, estas ações teriam como objetivo obter informação classificada relacionada com o desenho, o desenvolvimento e a produção de tecnologia militar.

O centro apresentou dois casos ocorridos nos últimos três anos como exemplos representativos.

O primeiro teria acontecido de julho de 2022 a julho de 2023, quando um grupo supostamente ligado a serviços de informação estadunidenses explorou uma vulnerabilidade não divulgada do sistema de correio eletrônico Microsoft Exchange para ter acesso a uma rede interna de uma empresa da indústria de defesa.

Os hackers teriam assumido o controle de mais de 50 dispositivos-chave e instalado ferramentas concebidas para manter o acesso a longo prazo através de canais de comunicação encriptados.

Também teria sido utilizada uma rede de servidores de passagem localizados em países como Alemanha, Finlândia, Coreia do Sul e Singapura.

O segundo caso, ocorrido entre julho e novembro de 2024, envolveria uma empresa chinesa do setor das telecomunicações.

De acordo com os dados divulgados pelo CNCERT, os hackers exploraram vulnerabilidades no sistema de arquivos digitais para inserir e carregar programas maliciosos, deixando mais de 300 dispositivos vulneráveis.

Estados estrangeiros

A instituição indicou ainda que, em 2024, foram detetados mais de 600 incidentes atribuídos a grupos de ameaças persistentes avançadas (APT) ligados a Estados estrangeiros contra instituições chinesas consideradas “chave”, sendo o setor da defesa o mais atingido.

O comunicado surge em um contexto de degradação das relações entre a China e os Estados Unidos nos últimos anos, período durante o qual as duas potências têm trocado acusações mútuas de ciberataques.

Edições digital e impressa