Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Pastor bolsonarista, Feliciano confessa disseminação de fake news

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Segunda, 15 de Agosto de 2022 às 11:16, por: CdB

Pastor da Assembleia de Deus, o deputado Marco Feliciano (PL), que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro, admitiu que tem feito essa pregação para “alertar” os evangélicos. Mas não há, nos planos de governo dos candidatos majoritários, mesmo entre aqueles da centro-esquerda, como os presidenciáveis Lula e Ciro Gomes (PDT), qualquer ataque à liberdade religiosa.

Por Redação - do Rio de Janeiro
Presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), usou das redes nesta segunda-feira para denunciar o terreno livre da extrema-direita na propagação de mentiras. Desta vez,  o deputado Marco Feliciano (PL-SP), que também é empresário evangélico, admitiu, em entrevista ao diário conservador carioca O Globo, ter espalhado que o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende fechar igrejas caso volte ao poder.
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O pastor Marco Feliciano admite que propaga notícias falsas e será processado por isso
“Não é só mentira como é crime. TSE precisa agir com essa gente. Lula respeita a crença de cada um e sancionou a lei de liberdade religiosa”, disparou a presidente do PT. Anteriormente, a ex-ministra Damares Alves propagou notícia falsa ao afirmar que jovens estariam sendo estimulados por Lula a usarem crack. O vídeo ainda não foi retirado do ar, mas já há um pedido com esse objetivo junto às redes sociais.

Levantamento

A notícia de que os templos evangélicos seriam fechados, caso Lula voltasse ao Palácio do Planalto, já circula há dois meses, segundo levantamento da rádio CBN, das Organizações Globo. Ao longo de um mês, repórteres da CBN visitaram seis grandes denominações no Estado do Rio, além de outras menores, e em todas fiéis disseram acreditar nesse boato Pastor da Assembleia de Deus, o deputado Marco Feliciano (PL), que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro, admitiu que tem feito essa pregação para “alertar” os evangélicos. Mas não há, nos planos de governo dos candidatos majoritários, mesmo entre aqueles da centro-esquerda, como os presidenciáveis Lula e Ciro Gomes (PDT), qualquer ataque à liberdade religiosa ou indicação de fechamento de igrejas, o que seria inconstitucional. — Conversamos sobre o risco de perseguição, que pode culminar no fechamento de igrejas. Tenho que alertar meu rebanho de que há um lobo nos rondando, que quer tragar nossas ovelhas através da enganação e da sutileza. A esmagadora maioria das igrejas está anunciando a seus fiéis: ‘tomemos cuidado’ — disse Feliciano aos repórteres. Ele é pastor da Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento.

Ameaça

No último levantamento do Instituto DataFolha sobre o assunto, que data de 2019, um terço dos brasileiros seguem denominações evangélicas. É nesse segmento o único em que o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, supera o ex-presidente Lula em intenções de voto. De acordo com o último levantamento do mesmo instituto, Bolsonaro superaria o petista em dez pontos percentuais (43% a 33%) em uma eleição só com os votos de eleitores evangélicos. Entre os evangélicos entrevistados pela CBN, nenhum soube explicar de onde surgiram os boatos da “ameaça da esquerda”, mas a maioria acredita neles. — Se a esquerda entrar, eles tentarão fazer isso, pois não gostam (dos evangélicos). Já vi nas redes sociais candidato falar que vai proibir a pregação em praças públicas — disse aos jornalistas Fátima Dantas, evangélica há 24 anos, da comunidade da Igreja Quadrangular de Pari.

Denúncia

Há, no entanto, evangélicos que denunciam a proliferação de notícias falsas. Alice Cristina frequenta a Assembleia de Deus Ministérios Missões, em Guarulhos, há pelo menos 30 anos, e defende que a política fique fora das igrejas. — Na política, temos que pensar com razão e não com fé ou emoção — acentua. A disseminação de mentiras junto ao segmento religioso já chegou ao coordenador de Comunicação da campanha de Lula, Edinho Silva. Ele afirmou que o fato já foi identificado pelo partido e o PT estuda formas de o próprio ex-presidente rebatê-la. — A notícia, além de falsa, é absurda. Foi Lula quem regulamentou, em 2003, a liberdade de constituição de igrejas no país. Se tem alguém que governou respeitando a religiosidade, em especial a evangélica, foi ele — concluiu.
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