Sábado, 11 de Fevereiro de 2023 às 12:22, por: CdB
Os alemães que defendem a paz e se opõem ao fornecimento de armas a Kiev devem se organizar em um movimento pela paz, caso contrário a situação se deteriorará ainda mais, incluindo para a Alemanha, argumentou na véspera a legisladora Sahra Wagenknecht ao diário alemão ‘Die Welt’.
Por Redação, com Sputniknews - de Berlim
Uma parlamentar alemã está encorajando a formação de um bloco que faria o chanceler Olaf Scholz deixar de financiar os gastos militares ucranianos, sugerindo um plano de paz.
Os alemães que defendem a paz e se opõem ao fornecimento de armas a Kiev devem se organizar em um movimento pela paz, caso contrário a situação se deteriorará ainda mais, incluindo para a Alemanha, argumentou na véspera a legisladora Sahra Wagenknecht ao diário alemão ‘Die Welt’.
No início desse dia, Wagenknecht, membro do parlamento alemão pelo Partido da Esquerda, e Alice Schwarzer, proeminente jornalista feminista alemã, lançaram uma petição no portal change.org intitulada ‘Manifesto pela Paz’. Elas instaram Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, a parar de enviar armas para a Ucrânia e iniciar negociações de paz. Até o momento, mais de 75 mil pessoas já assinaram a petição.
"Precisamos urgentemente do movimento pela paz na Alemanha, caso contrário, seremos atraídos cada vez mais profundamente para esta guerra, que deve ser terminada. É necessário negociar para isso, e não fornecer cada vez mais armas", disse Wagenknecht ao jornal. Ela acrescentou que "se não houver um sinal 'Stop', e se a metade dos alemães que, segundo as pesquisas, não quer suprimentos (de armas) não se manifestar mais explicitamente, então os caças também serão entregues (a Kiev) em um futuro próximo”.
Exigências
Há algumas semanas, “foi considerado impossível para a Alemanha estar entre os primeiros países a fornecer tanques”, disse Wagenknecht. Agora, explica, caças e mísseis de longo alcance estão sendo discutidos, o que, segundo a legisladora, não acabará com o conflito, mas levará sua escalada.
A legisladora também apontou que até agora somente o Vaticano expressou seu desejo de paz, enquanto a Alemanha, a França, os EUA e a União Europeia têm feito apenas exigências irrealistas. Uma proposta realista, de acordo com Wagenknecht, seria um status neutro para a Ucrânia e a criação de uma zona desmilitarizada em regiões contestadas, seguida de referendos sobre sua filiação territorial.
— Se tal proposta tivesse sido feita, e [o presidente russo Vladimir] Putin tivesse se recusado a discuti-la, então seria possível falar de um caminho diferente. Mas como você pode dizer que os russos não querem negociações, se tal proposta não está sequer em cima da mesa? — questiona a parlamentar.
Sahra Wagenknecht anunciou também que em 25 de fevereiro uma manifestação em apoio à petição teria lugar no centro de Berlim.