A greve desta quinta-feira causou o cancelamento de voos em 11 aeroportos do país, entre eles o de Frankfurt, um dos maiores hubs aéreos da Europa. Os funcionários que atuam na segurança dos aeroportos atendem a uma convocação do sindicado Ver.di.
Por Redação, com DW - de Berlim
Seguir de um ponto a outro na Alemanha não está sendo uma tarefa simples nos últimos dias. Há menos de uma semana, uma greve de quase seis dias paralisou trens em todo o país; e há semanas, protestos de agricultores bloqueiam algumas estradas. Agora, é a vez de os aeroportos suspenderem os voos devido a uma greve dos profissionais de segurança.
A greve desta quinta-feira causou o cancelamento de voos em 11 aeroportos do país, entre eles o de Frankfurt, um dos maiores hubs aéreos da Europa. Os funcionários que atuam na segurança dos aeroportos atendem a uma convocação do sindicado Ver.di.
No aeroporto de Frankfurt, decolam e aterrissam voos diários de e para o Brasil, operados pela Latam e pela Lufthansa.
No local, dos 1.120 voos planejados, cerca de 310 já foram cancelados. A Lufthansa informou que planeja manter grande partes de seus voos de longa distância.
De acordo com a Associação Alemã de Aeroportos (ADV, na sigla em alemão) mais de 1,1 mil voos devem ser totalmente cancelados ou sofrer atrasos devido à greve, afetando aproximadamente 200 mil passageiros.
Quais aeroportos são afetados?
Além de Frankfurt, devem ser afetados pelas paralisações os aeroportos de Hamburgo, Bremen, Hannover, Berlim, Düsseldorf, Leipzig/Halle, Dresden, Erfurt e Stuttgart.
No aeroporto de Colônia/Bonn a paralisação foi prevista para começar já na noite desta quarta-feira.
Os aeroportos de Munique e de Nürnberg não devem ser afetados pela greve, pois os funcionários da segurança são do setor público.
Quais serviços param?
Os cerca de 25 mil funcionários dos serviços de segurança privada geralmente realizam verificações de passageiros, bagagens e tripulação. Sem eles, não é possível o acesso e a operação das áreas de segurança nos aeroportos.
Desta forma, é provável que grande parte das operações não possam ser realizadas nesta quinta-feira, sobretudo as partidas.
Um porta-voz da Fraport, que administra o aeroporto de Frankfurt, disse que não será possível embarcar em nenhum voo partindo do local. A empresa pede aos passageiros com viagem marcada que não se desloquem ao aeroporto nesta quinta-feira.
Todas as partidas também foram canceladas nos aeroportos de Berlin Brandenburg (BER), Stuttgart e Hamburgo.
Em Düsseldorf, a previsão é de operação reduzida, assim como em Colônia/Bonn.
Cancelamentos e atrasos também estão previstos nos aeroportos de Leipzig/Halle, Dresden e Erfurt.
O que os passageiros podem fazer?
A Latam disse, pelo Twitter, que os voos chegando ou saindo de Frankfurt podem ser afetados e pediu que cada passageiro consulte o status de sua viagem no site da companhia.
A empresa aérea alemã Lufthansa está oferecendo remarcações gratuitas até 8 de fevereiro. Além disso, os passageiros de voos domésticos podem trocar gratuitamente o bilhete por uma passagem de trem, independentemente de o voo ser realizado ou não, informou a empresa. Os próprios clientes devem remarcar os voos usando o aplicativo ou entrar em contato com uma central de atendimento.
A low cost Eurowings também pediu aos passageiros que se informem sobre seus voos e, se necessário, os remarquem. Além disso, haverá um plano de voos ajustados sobre o qual os passageiros serão informados.
Em princípio, ao abrigo da legislação da União Europeia (UE), os viajantes podem reclamar até 250 euros para voos curtos, caso a viagem for cancelada e nenhuma alternativa adequada for oferecida. Isto, porém, somente se aplica a trechos de menos de 1,5 mil quilômetros.
Para rotas mais longas, o valor da compensação aumenta. No entanto, se a companhia aérea puder justificar circunstâncias excepcionais, os passageiros perdem o direito à compensação. Isto se refere a circunstâncias fora do controle da companhia aérea, como justamente é o caso de uma greve, por exemplo.
O que querem os funcionários?
A paralisação foi convocada pelo sindicado Ver.di, que demanda um aumento de 2,80 euros por hora de trabalho, subsídios mais altos e bônus a partir da primeira hora extra, por um período de 12 meses.
Atualmente, os trabalhadores de segurança contratados por empresas privadas que prestam serviços aos aeroportos ganham um piso de 20,60 euros por hora, o que resulta em um salário bruto de pouco menos de 3,3 mil euros por 160 horas mensais de trabalho. Sobre esse valor, há também bônus para trabalho noturno, domingos e feriados públicos, bem como para horas extras.
As empresas da Associação Federal de Empresas de Segurança da Aviação (BDLS) oferecem um aumento salarial de 4% neste ano e de 3% em 2025.
A última paralisação de advertência na segurança da aviação ocorreu em março do ano passado. Naquela ocasião, o tema eram as condições de trabalho dos funcionários. Agora, é o salário que está em debate.