Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde mostrou que em 2020 houve 1.494 notificações de violência contra crianças com idade entre 0 e 9 anos e, em 2021, até o início de maio, foram 410 casos. As meninas são os principais alvos (58,3%) e do total de vítimas, 66% são pretos e pardos. A imensa maioria desses atos acontecem dentro de casa: 72%.
Por Redação, com ACS - do Rio de Janeiro
A pandemia elevou em 50% a quantidade de denúncias de atos de violência contra crianças e adolescentes junto aos conselhos tutelares, e o abuso sexual é o mais comum deles.
Na terça-feira, Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) se juntaram para alertar a população de que a denúncia é a melhor forma de combate.
Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde mostrou que em 2020 houve 1.494 notificações de violência contra crianças com idade entre 0 e 9 anos e, em 2021, até o início de maio, foram 410 casos. As meninas são os principais alvos (58,3%) e do total de vítimas, 66% são pretos e pardos. A imensa maioria desses atos acontecem dentro de casa: 72%.
Em tenda montada em frente à Galeria Menescal, um dos locais mais movimentados de Copacabana, bairro que concentra tanto casos de exploração sexual infantil quanto de pessoas em situação de rua, a SMAS e o CMDCA alertaram a população para a importância da atuação da sociedade nesses casos. Equipes dos Centros Especializados de Atendimento em Assistência Social (Creas), as coordenadoras dos Conselhos, Érica Arruda, e da Infância e Adolescência, Alice Peçanha, e a conselheira tutelar Claudelice Silva, da Zona Sul, receberam o público e tiraram dúvidas sobre o assunto, distribuíram material informativo e exemplares do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
– É importante chamarmos a atenção da população, pois esse tipo de violência é difícil de verificar, a Assistência Social e os demais órgãos só conseguem trabalhar a partir das denúncias que chegam. É a partir daí que conseguiremos ampliar e melhorar nosso atendimento – afirmou a secretária, Laura Carneiro, ao abrir o ato.
Aumento das denúncias
A conta do aumento das denúncias é de Claudelice Silva, conselheira tutelar da Zona Sul: – Com as crianças em casa, a violência cresceu muito e o abuso sexual é o mais comum deles. Por isso a importância da denúncia, pois somos um órgão de apoio à população que chega aonde outros órgãos não chegam, mas muita gente não conhece nosso trabalho – completou. Por isso, para a coordenadora dos Conselhos, Érica Arruda, o abuso infantil é “a pandemia dentro da pandemia”.
– Sabemos que existe subnotificação nesse tipo de caso, mas as denúncias por telefone cresceram muito na pandemia e os maiores violadores estão dentro da família. Você, que é vizinho, é importante ficar atento. As denúncias são anônimas e é muito importante que a sociedade faça a sua parte – completou Érica.
Também estiveram presentes a subprefeita da Zona Sul, Ana Ribeiro, e representantes de associações de moradores da região. Os canais de denúncia são: Disque 100 (www.disque100.gov.br); 190, da Polícia Militar, para casos de intervenção imediata); 127, Ouvidoria do Ministério Público; 180 (Violência contra a Mulher); CMDCA (https://cmdcario.com.br/denuncie.php); Conselhos Tutelares (https://cmdcario.com.br/enderecos.php); Disque-denúncia: 2253-1177; e Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV): 2334-9869.